Ataque
20h04 21 Agosto 2019
Atualizada em 21/08/2019 às 21h12

Ex-aluno da escola, autor confesso de ataque diz que sofria bullying e que se inspirou em caso de Suzano

Por Fábio Schaffner/Gauchazh
Ricardo Giusti
Jovem foi entregue pelo pai.

O adolescente de 17 anos que confessou ter atacado o Instituto Estadual de Educação Assis Chateaubriand, em Charqueadas, na tarde desta quarta-feira (21), era ex-aluno da escola. Em depoimento à Polícia Civil, contou que sofria bullying dos colegas em 2015 e que se inspirou no massacre de Suzano — onde 10 pessoas morreram, incluindo os dois atiradores.

O autor do crime contou ainda que planejou toda a ação sozinho. Por volta das 13h30mininvadiu a escola armado com uma machadinha e um coquetel molotov. O ataque começou na turma 171, da sétima série. 

Com um pano escondendo o rosto, vestindo moletom e calça jeans, o invasor se agachou rente à porta, pegou um recipiente com combustível de dentro de uma mochila, o acendeu, abriu a porta e jogou dentro da sala. Assustados, os alunos tentaram sair quebrando a janela. O artefato não explodiu e  o adolescente entrou na sala com a machadinha na mão distribuindo golpes.  

Seis pessoas foram encaminhadas para atendimento médico. As vítimas são dois meninos de 14 anos, duas meninas de 12 anos, uma de 13 e outra de 14 anos. Todas foram socorridos no Hospital de Charqueadas e já foram liberadas. 

 O adolescente fugiu pelo portão da frente após ser desarmado pelo professor de Educação  Física, Juliano Mantovani. Na porta da sala, o professor deparou com o adolescente segurando a machadinha numa mão e outro coquetel molotov na outra. Aos gritos de "para", ele conseguiu desarmar o jovem, mas se desequilibrou e ambos caíram.

— Ele não parecia em fúria. Parecia assustado. Tanto que eu tirei a machadinha e ele não reagiu — lembra o professor.

Quando eles estavam se levantando, outro aluno chegou ao local e acertou um soco no adolescente. Mesmo golpeado, ele se desvencilhou e fugiu, pulando um portão interno e saindo pela entrada principal do colégio.  

— Eu acertei um soco nele, que ainda escorregou. Eu e outros colegas ainda fomos atrás, mas ele era muito rápido — lembra o estudante.

Mantovani também tentou perseguir o rapaz, mas logo foi chamado pelos alunos. Apavorados, eles diziam que os colegas atacados estavam sangrando sumiram para o local.

Ele foi até sua casa e trocou de roupa. O pai acionou a Brigada Militar. Foi assim que acabou preso.

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