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08h56 10 Abril 2019
Atualizada em 10/04/2019 às 08h58

Imagens de buraco negro no espaço são registradas pela 1ª vez

Por meio de vários telescópios, pesquisadores captaram os registros
Por Agência Brasil

Pesquisadores da Fundação Nacional de Ciência (cuja sigla em inglês é NSF), nos Estados Unidos, que atuam no projeto Telescópio de Horizonte de Eventos (cuja sigla em inglês é EHT), revelaram hoje (10) que, pela primeira vez, foram captadas imagens de um buraco negro no espaço. Os buracos negros são objetos cósmicos com massas imensas e tamanhos compactos. A presença desses objetos afeta o ambiente, podendo distorcer os conceitos de espaço-tempo e superaquecendo qualquer material ao redor.

"Nós tiramos a primeira foto de um buraco negro", disse o diretor do projeto da EHT, Sheperd S. Doeleman, do Centro de Astrofísica Harvard e Smithsonian. "Este é um extraordinário feito científico realizado por uma equipe de mais de 200 pesquisadores."

Detalhes

A imagem revela o buraco negro no centro de Messier 87, uma enorme galáxia ao redor do planeta Virgem. Este buraco negro está a 55 milhões de anos-luz da Terra e tem uma massa de 6,5 bilhões de vezes a massa do Sol.

Em entrevista coletiva, os astrônomos informaram que os detalhes serão descritos em seis artigos acadêmicos, publicados em uma edição especial do The Astrophysical Journal Letters.

"Este é um grande dia em astrofísica", disse a diretora da Fundação Nacional de Ciência, France Córdova. "Estamos vendo o invisível. Buracos negros têm causado imaginação por décadas. Eles têm propriedades exóticas e são misteriosos para nós.”

Córdova disse que cientistas e engenheiros foram preparados "para iluminar o desconhecido, para revelar a majestade sutil e complexa do nosso universo ".

Projeto

O projeto liga telescópios ao redor do globo para formar um telescópio virtual do tamanho da Terra, com sensibilidade e resolução sem precedentes. O trabalho é desenvolvido há anos por meio de colaboração internacional.

A fundação desempenhou papel fundamental nesta descoberta, financiando investigadores individuais, equipes científicas interdisciplinares e instalações de pesquisa de radioastronomia desde o início da EHT. Mais de US$ 28 milhões foram aplicados em pesquisa da EHT.

Múltiplas calibrações e métodos de imagem revelaram uma estrutura em forma de anel, com uma região central escura - a sombra do buraco negro -, que persistiu sobre várias observações independentes, segundo os pesquisadores.

"Uma vez que tínhamos certeza de que tínhamos imaginado a sombra, poderíamos comparar nossas observações a extensos modelos de computador que incluem a física do espaço distorcido, matéria superaquecida e campos magnéticos fortes”, disse Paul TP Ho, membro do Conselho da EHT e diretor do Observatório da Ásia Oriental.

A construção do EHT e as observações anunciadas hoje representam o resultado de décadas de trabalho observacional, técnico e teórico.

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