Um estudante de medicina veterinária, de 22 anos, foi picado por uma cobra Naja que mantinha como bicho de estimação em casa, no Gama, região do Distrito Federal. O jovem foi levado ao Hospital Maria Auxiliadora e está em coma na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI). O soro antiofídico necessário para o tratamento do veneno, que só é produzido pelo Instituto Butantan em São Paulo, chegou em Brasília durante a noite de terça-feira, conforme publicação do portal Estado de Minas.
De acordo com Carlos Eduardo Nóbrega, diretor de répteis, anfíbios e artrópodes do zoológico de Brasília, a naja é originária da Ásia e não tem postura agressiva. "Essa espécie só ataca quando se sente muito ameaçada. Porém, é muito nociva ao ser humano e pode levar à morte 1h depois da picada", diz.
A cobra que picou o estudante foi encontrada e capturada. O Batalhão da Polícia Militar Ambiental (BPMA) resgatou o animal no shopping Pier 21 nessa quarta. Segundo a corporação, familiares do estudante forneceram informações que levaram ao contato de um adolescente que estaria com o réptil. De acordo com a Polícia Civil, ele é amigo do jovem que foi picado.
Segundo o portal Correio Braziliense, o jovem ainda desenvolveu necrose no braço e lesões no coração devido ao veneno do animal. Apesar disso ele reage bem aos medicamentos. De acordo com o major Elias Costa, do Batalhão de Polícia Militar Ambiental (BPMA), necrose e lesões são comuns em acidentes com animais peçonhentos. "Como a picada foi no braço, é normal que se desenvolvam complicações por causa do veneno do animal", diz.
O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) informou que o estudante que foi picado, não tem permissão para manter o animal em ambiente doméstico. Segundo a legislação, apenas espécies não venenosas podem ser mantidas para este fim. As suspeitas são de que o estudante a tenha trazido de fora ilegalmente, uma vez que não há registros da entrada da espécie no país.
O Ibama afirma ainda que aplicará multa, que pode variar entre R$ 500 e R$ 5 mil, ao criador ou ao proprietário da residência em que a serpente estava. Confira o vídeo do animal capturado:
A operação ainda busca também desencorajar a prática do "rolezinho", encontros de motociclistas.