O Ministério da Saúde e a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) divergem sobre o primeiro caso fatal provocado pelo novo coronavírus (Covid-19) ocorrido no Brasil. Nessa quinta-feira (2), o órgão federal surpreendeu ao afirmar que o caso número um do país ocorreu em Minas Gerais, ainda no dia 23 de janeiro, de uma senhora de 75 anos, data bem diferente da divulgada pela SES-MG, que registrou o primeiro óbito somente em 8 de março.
Publicado no portal O Tempo, em nota oficial divulgada nesta sexta-feira (3), o órgão federal afirmou que anunciou em março "que faria a testagem para Covid-19 retrospectiva de todos as amostras coletadas e guardadas de Síndromes Respiratórias Agudas Graves (SRAG), ampliando a investigação epidemiológica para Covid-19 e atendendo recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS)", diz trecho do documento.
Ainda segundo o Ministério, "todos casos de SRAG no Brasil têm coleta de amostras. O óbito anunciado nessa quinta-feira (em Minas Gerais) faz parte desta investigação... O achado é uma mostra da capacidade de investigação do sistema de vigilância brasileiro", completa, ao citar ainda as mais de 100 horas de entrevistas coletivas e a transparência com que vem tratando a pandemia no país.
Porém, pouco antes da divulgação nesta sexta, pela entidade federal, a SES-MG também havia divulgado nota oficial afirmando que aguarda todas as informações relacionadas a esse caso de 23 de janeiro, para tomar as devidas providências.
O texto da SES-MG afirma ainda que em janeiro "foram registradas 163 notificações de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) em Minas Gerais. Destas, 71 foram de SRAG em pacientes com mais de 70 anos", garante. A nota ainda traz que o grupo responsável por tratar da pandemia "aguarda o envio das informações oficiais pelo Ministério da Saúde para que possa fazer a identificação do caso e adotar as medidas pertinentes".
O secretário titular da pasta no Estado, Carlos Eduardo Amaral, vai conceder entrevista coletiva ainda nesta sexta-feira, onde pode abordar a situação, além de atualizar a evolução do coronavírus em Minas Gerais.
O grupo ainda é suspeito de furtos a farmácias em todo o estado de Minas Gerais.
