Saúde
12h01 26 Agosto 2019
Atualizada em 26/08/2019 às 12h03

Estudo aponta que obesidade é o 2° principal fator de risco para o câncer

Por Bruna Fillol/JM Online
Reprodução
Excesso de peso só perde para o vício em cigarro entre o que deve ser evitado para diminuir a ocorrência da doença

Uma pesquisa realizada por cientistas da Agência Internacional de Pesquisa sobre Câncer, com sede na França, e pelo Serviço Nacional de Saúde, no Reino Unido, faz um importante alerta sobre obesidade e câncer. De acordo com os pesquisadores, o sobrepeso perde apenas para o fumo quando se trata de estilos de vida evitáveis ??que causam a doença. O estudo foi publicado no International Journal of Epidemiology.

Os estudiosos realizaram análises genéticas nos tipos de câncer mais intimamente relacionados à obesidade: intestino, mama, rim, pâncreas, ovário, endométrio e esôfago. Dessa forma, a equipe realizou testes para associar o IMC- Índice de Massa Corporal e marcadores genéticos ao risco de câncer, a partir de estimativas de estudos anteriores. A análise revelou que a obesidade dobrou o risco de alguns tipos de câncer e mais que quadruplicou para outros.

Os marcadores genéticos da obesidade são muito mais aprimorados, segundo os pesquisadores, se comparados as estimativas anteriores, que utilizavam somente o IMC para prever o risco de câncer.

Através dos marcadores, o risco para câncer renal subiu para 59%, enquanto em análises realizadas anteriormente usando o IMC esse risco era de somente 30%. Esse risco também aumentou de 48% para 110% no câncer de esôfago, de 6% para 13% no câncer de ovário e de 50% para 106% no câncer endometrial.

Em relação ao câncer de intestino, subiu de 5% para 44% e, para o de pâncreas, o aumento do fator de risco da obesidade mudou de 10% para 47%. Em países desenvolvidos, essas taxas seriam correspondentes à segunda maior causa de câncer, ficando abaixo apenas para o tabagismo.

Em 2018, foi feito um estudo epidemiológico realizado pelo Departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, em colaboração com a Universidade de Harvard, indicou que pelo menos 15 mil casos de câncer presentes no Brasil atualmente poderiam ser evitados com redução do excesso de peso e da obesidade. E, até 2025, este número pode chegar a 29 mil.

De acordo com o INCA- Instituto Nacional de Câncer, o aumento de peso corporal está inteiramente associado ao risco de desenvolver 13 tipos de câncer: esôfago (adenocarcinoma), estômago (cárdia), pâncreas, vesícula biliar, fígado, intestino (cólon e reto), rins, mama (mulheres na pós-menopausa), ovário, endométrio, meningioma, tireoide e mieloma múltiplo e, possivelmente, associado aos de próstata (avançado), mama (homens) e linfoma difuso de grandes células B.

Alimentação balanceada e atividade física

Para Ricardo Nakai, educador físico e diretor de Marketing da Akmos, empresa de saúde, nutrição e bem-estar, a obesidade está crescendo muito rápido. “Precisamos começar a nos exercitar o quanto antes. Sei que com a correria do dia-a-dia é difícil encontrar espaço para a prática de atividade física, mas temos formatos que se encaixam para quem tem pouco tempo livre”.

O formato indicado é o HIIT (High Intensity Interval Training), que é um treino intervalado de alta intensidade. Além da grande perda de calorias, esta prática proporciona ganho de condicionamento cardiorrespiratório e pode retardar o envelhecimento. É por causa de todos esses benefícios que Nakai constata: “Os treinamentos precisam estar na nossa rotina porque trazem grandes ganhos para a nossa saúde. Doze minutos é mais fácil de adicionar ao nosso dia a dia”.

O treinamento físico auxilia na redução de peso e de gordura corporal, elevação ou mesmo a manutenção da massa corporal magra, além de ajudar a manter o controle da pressão arterial, melhorar a imagem e a expressão corporal e auxiliar na prevenção de uma série de doenças que derivam da obesidade.

“Não basta se exercitar e não cuidar da alimentação. Além dos exercícios, é preciso ter um cardápio variado, e evitar os alimentos ultraprocessados. Os benefícios do exercício físico vão além de emagrecer, mas evitar doenças e aumentar a autoestima”, finaliza Nakai.

As gorduras insaturadas são uma das principais aliadas para balancear a alimentação. Alimentos como azeite, abacate e oleaginosas são exemplos que contribuem no processo de emagrecimento. Os suplementos alimentares também ajudam no processo, e são indicados para quem não consegue ter todos os nutrientes necessários no dia-a-dia.

Um problema para a dieta são os ultraprocessados que, além de calóricos, podem ter excesso de gordura, açúcar, sódio, entre outras substâncias nocivas à saúde.

Obesidade e subnutrição

A obesidade está relacionada a má gestão nutricional, mais conhecida como subnutrição, consequência da pouca ou nenhuma ingestão de alimentos que ricos em fontes de minerais, vitaminas e energia. Muitas das pessoas que hoje estão com sobrepeso, compõem sua alimentação principalmente através de alimentos ultraprocessados, o que resulta na diminuição da qualidade de vida, no aumento de doenças, na perda da autoestima e também na deficiência de vitaminas, proteínas e tantos outros nutrientes que são necessários ao organismo.

Os suplementos alimentares entram para complementar a deficiência de determinados nutrientes no organismo, o que os torna grandes responsáveis por uma alimentação completa, variada e que atenderá as necessidades nutricionais de cada organismo.

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