Uberlândia
15h49 30 Abril 2019
Atualizada em 30/04/2019 às 15h51

‘Amaldiçoada’: Pastor engana mulher e comete abuso sexual após prometer cura

Por BHAZ

Um pastor de 44 anos foi preso em Uberlândia, no Triângulo Mineiro, depois de violar sexualmente uma fiel da igreja pela qual era responsável. O homem enganou a vítima dizendo que ela estava amaldiçoada e a convenceu a passar por uma unção de “cura espiritual”. Durante o ato, abusou sexualmente da mulher tocando nas partes íntimas dela. O autor tentou enganar pelo menos outras três frequentadoras da igreja, mas elas não aceitaram se submeter ao ato.

Preso na sexta-feira (26), o pastor já foi encaminhado para o sistema prisional. Ao BHAZ, a delegada responsável pelo pedido de prisão dele, Ana Cristina Marques Bernardes, explicou como as investigações tiveram início e culminaram na detenção do homem. “A vítima procurou a delegacia depois de registrar boletim de ocorrência. Ela explicou a situação, disse que frequentava cultos do pastor e que ele fez o casamento dela”, disse.

“Quando o casamento da vítima terminou, ela procurou o pastor para receber conselhos. Depois de ganhar a confiança da vítima, ele foi até o trabalho dela e a procurou para dizer que teve uma visão. O pastor disse que a vítima estava amaldiçoada e sugeriu que ela fosse ungida”, conta.

Ainda segundo a delegada, a mulher aceitou passar pelo procedimento, mas estranhou o fato de que o pastor a pediu para ficar nua, além de ter tocado nas partes íntimas dela. “A vítima conversou com uma amiga da igreja e essa amiga contou que o pastor também tinha proposto o mesmo a ela”, disse. “A vítima foi aconselhada a gravar uma nova conversa entre ela e o pastor, falando a respeito do que havia ocorrido antes, e ele confirmou o abuso”, conta. “Eu ouvi testemunhas e três outras vítimas foram identificadas, mas elas não chegaram a aceitar a proposta do pastor. Foi então que pedi a prisão dele, que foi deferida pela Justiça”, explica.

Agora, o pastor responderá pelos crimes de violação sexual mediante fraude e tentativa pelo mesmo crime, cuja pena é reclusão de 2 a 6 anos. “Esse tipo de crime ocorre mediante engano e fraude. Não há violência ou intimidação, mas as vítimas são induzidas pelo autor”, conta a delegada. Ela não descarta que novas vítimas apareçam e diz que as mulheres não devem se envergonhar e denunciar os casos. “Geralmente, vítimas de violência sexual ficam envergonhas, mas elas não são responsáveis por isso. Não é assim. Elas são vítimas e não devem ter receio de expor”, afirma.

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