Campos Altos/MG
15h13 07 Dezembro 2021

''Tirava pra Dançar''

Era assim que meu pai, Rubens Ribeiro, descrevia Marquinho, ponta da Associação nos anos 1980, que faleceu em Uberlândia, aos 60 anos, de infarto.
Por Weber Luiz Ribeiro
Marquinho no Estádio Municipal Quinzinho Nery em Campos Altos/MG

Quando era garoto, década de 1970, fui jogar bola num campinho que havia ali nas imediações da rua Jorge Lemos. Lá conheci um moleque, mais velho que eu, que me impressionou muito. Depois joguei com ele no time de garotos que o Zé Firmo treinava no Quinzinho Nery. Em pouco tempo ele estreou na saudosa Associação Esportiva Camposaltense num jogo do torneio municipal contra a Prata. Associação x Prata era, então, o clássico da cidade. Estádio lotado e o ponta esquerda franzino fez um carnaval antológico mastigando cinco gols para o Guenê.

Passou a fazer parte como titular absoluto e foi disputar com nossa gloriosa colorada os torneios da liga de Patos de Minas. Cansou de bailar sobre os laterais e zagueiros; mas tomou tanta porrada (certa vez, um lateral de Lagoa Formosa entrou com um alfinete e “rabiscou” nele o jogo inteiro) que virou lateral esquerdo.

Jogando nesta posição, protagonizou um duelo inesquecível contra um ponta promissor do Cruzeiro chamado Aélson, que veio a jogar nos profissionais, inclusive no Flamengo.

Sua habilidade era algo extraterrestre. Nunca cheguei a envergar a camisa da Associação a não ser no cascudo. Mas na quadra, nos antigos TOFEFUS, tive a oportunidade de jogar com ele e contra ele. Fui um dos privilegiados.

A história do esporte em Campos Altos, especialmente da Associação, precisa ser urgentemente contada para que não caia no esquecimento. Foram anos de glória e fama regional.

Meu pai era torcedor apaixonado da Associação. Acompanhava as caravanas para jogos em outras cidades e foi técnico na década de 1960, inclusive no jogo contra o Atlético MG em que Dadá Maravilha fez sua estreia entre os profissionais do alvinegro de BH.

Como tantos, era um saudosista. Era fã de Guenê, meu ídolo maior no esporte local, entretanto sempre fazia um senão de que Rabichinho e Silvano teriam jogado mais que o Iroito.

Mas quando viu Marquinho pela primeira vez, ficou encantado. Como todos que tiveram a oportunidade de vê-lo jogar. Marco Antônio Cândido, meu amigo de infância e vizinho quando morei em Uberlândia, faleceu hoje no Triângulo, aos 60 anos, vítima de um infarto.

Tenho registrado na memória cada baile que ele protagonizou com a camisa da Associação.

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