Roraima
14h00 20 Janeiro 2020
Atualizada em 20/01/2020 às 14h01

Detentos são 'comidos vivos' por bactéria desconhecida

Por Hellen Leite - Estado de Minas
OAB-RR
Detentos apresentaram sintomas como paralisia nas pernas e pele em decomposição

Uma doença misteriosa originária de uma bactéria está desfigurando o corpo de detentos da Penitenciária Agrícola de Monte Cristo (PAMC), em Roraima. O caso foi denunciado, nesta segunda-feira (20), ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Ministério Público Federal (MPF) e à Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH). Até o momento, 24 presos foram internados com os sintomas, alguns apresentam paralisia nas pernas e a pele em decomposição.

Segundo os relatos, os detentos ficaram doentes no início do mês, após consumirem a água do presídio. Em visita ao Hospital Geral de Roraima (HGR), o presidente da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil em Roraima (OAB-RR), Hélio Abozaglo, contou que a situação é grave e precisa de medidas urgentes. "Alguns não conseguem andar, outros estão com bactérias nos pés que estão corroendo a pele. Apesar de estarem medicados, notamos que o caso é muito sério", destacou.

Segundo a Secretaria de Justiça e Cidadania de Roraima (Sejuc), os detentos contaminados foram isolados e um protocolo foi aberto junto com a Secretaria de Saúde do estado para atender ao caso. Além dos presos infectados com a bactéria, quatro estão com tuberculose.

De acordo com o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil seccional de Roraima (OAB-RR), Ednaldo Vidal, a chance de a doença contaminar outros presos, agentes penitenciários e funcionários da cadeia é grande. "O presídio não é muito diferente de um campo de concentração, é um local com zero higiene. Por isso vamos pedir a interdição imediata. A situação é de descontrole total, um caldeirão de desumanidade", denuncia.

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