Um médico foi preso na tarde desta quinta-feira no edifício Dantês, no Centro de Belo Horizonte, suspeito de atender pessoas e vender atestados médicos mesmo com o registro do Conselho Regional de Medicina (CRM) cassado desde 2004. 

A polícia chegou ao local depois de receber denúncia anônima de que um homem estava exercendo medicina ilegalmente. Segundo o sargento Ricardo Lúcio, quando os policiais chegaram ao local o homem de 70 anos disse que não se sentia bem. “Ao perceber nossa presença, o médico deitou e falou que estava passando mal. Durante todo tempo que estivemos lá, vários pacientes chegavam procurando por ele e pelos serviços de atestado”.

Confira a entrevista completa com Amanda Antunes 

Na clínica foram apreendidos atestados em branco e com carimbo de vários médicos, que eram vendidos entre R$ 16 e R$ 20. No local também eram realizados exames como ultrassons e eletrocardiogramas por R$ 30. Pelo menos dois médicos que tiveram os carimbos usados negaram conhecer o suspeito e fazer atendimento na clínica.

O suspeito disse que é cardiologista e clínico geral, e que tem mais de 96 diplomas. Ele contou que teve o registro do CRM cassado por usar omeprazol injetável, mas que a Justiça Federal já havia liberado em 2013. “Na época a gente usou remédio que não tinha na praça ainda. Hoje tudo mundo usa”.

Ele disse que está montando a clínica junto com um filho e alguns irmãos que também são médicos, mas que eles ainda não estavam atendendo. Em entrevista ele confessou vender os atestados, mas depois disse que não pode vendê-los porque só coordena o lugar. “Como que eu vendo atestado se eu nem atendo?”