Duas trágicas mortes ocorreram em silos de soja no Brasil, evidenciando os riscos que os trabalhadores do setor agrícola enfrentam e a urgência de medidas de segurança. No último domingo (4), Fabrício Fabiano Moraes, de 34 anos, faleceu após cair em um silo na localidade de Pinheiro, em Candelária (RS). Ele estava realizando atividades operacionais quando foi soterrado por grãos de soja. Os Bombeiros Voluntários de Candelária informaram que, apesar das tentativas de resgate, ele já não apresentava sinais vitais ao ser encontrado.
Na terça-feira (6), Lucas Kauan Palhari dos Santos, um jovem de 18 anos, também perdeu a vida em circunstâncias semelhantes em uma fazenda em Nova Canaã do Norte (MT). Apesar de ter conseguido pedir ajuda a tempo, os ferimentos que sofreu foram fatais.
Segundo o Tribunal Superior do Trabalho (TST), o setor agrícola é desafiado na prevenção de acidentes, carecendo de dados atualizados e suficientes sobre ocorrências em silos. A escassez de fiscalização é um fator que agrava a situação, especialmente considerando o crescimento acelerado do agronegócio no Brasil. Entre 2020 e 2022, foram registrados 69, 89 e 87 acidentes fatais nos anos consecutivos, com uma grande parte dessas mortes resultando de como asfixia e soterramentos.
Em 2023, a estimativa é que o número de mortes ultrapasse 100, com os estados de Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Paraná sendo os mais afetados.
De acordo com o TST, existem dois tipos principais de acidentes em silos: o engolfamento, onde o trabalhador é tragado pelos grãos, e o soterramento, como nos casos recentes, onde placas de grãos caem sobre os trabalhadores. Estes trágicos episódios destacam a necessidade urgente de reforçar as medidas de segurança nos silos, bem como o uso rigoroso de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) para salvaguardar os trabalhadores de asfixia, explosões e soterramentos, comuns em ambientes com concentração elevada de grãos.