Agronegócios
12h00 30 Abril 2025
Atualizada em 30/04/2025 às 12h00

Soja em alta devido à guerra comercial; mercado de milho apresenta pouca movimentação

Por Redação TV KZ

Nesta semana, o mercado da soja apresentou um resultado positivo na Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT), com o contrato de maio de 2025 registrando uma alta de 1,35%, encerrando a US$ 10,50 por bushel. De acordo com a plataforma Grão Direto, o contrato de março de 2026 também teve uma leve valorização, fechando a US$ 10,51 por bushel (+0,57%). Este avanço nas cotações foi impulsionado pelo otimismo nas negociações comerciais entre China e Estados Unidos, que mostram sinais de aproximação e reabertura para acordos tarifários.

Esse cenário animou o mercado, mesmo diante da queda de 1,9% no valor do dólar (R$ 5,69), que pressionou os preços internos. A Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) reduziu sua estimativa de exportação da soja brasileira para abril, considerando o ritmo lento de embarques, embora o volume ainda represente um crescimento de 6,3% em relação ao ano anterior.

Nos próximos dias, o mercado da soja deve continuar atento ao clima nos Estados Unidos. As previsões da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA) indicam a expectativa de temperaturas mais baixas e clima seco em estados importantes como Indiana, Iowa e Illinois, o que favorece o plantio. Entretanto, as Dakotas e partes do Meio-Oeste devem enfrentar condições mais quentes e chuvosas.

O câmbio segue sendo um fator relevante: com o dólar apresentando uma queda e um cenário global mais estável, os preços internos da soja podem permanecer pressionados. Por outro lado, o avanço do plantio e a expectativa de progresso nas negociações entre China e Estados Unidos podem proporcionar suporte em Chicago, limitando as quedas no mercado físico brasileiro.

Mercado de milho

Por outro lado, o mercado do milho apresentou um comportamento inverso na CBOT. Os contratos futuros caíram 1,04%, com o milho sendo cotado a US$ 4,77 por bushel ao final da semana. No Brasil, o mercado físico também sofreu influências do avanço da segunda safra, embora o contrato para maio de 2025 na Bolsa Brasileira de Futuros (B3) tenha registrado uma leve alta de 0,55%, cotado a R$ 77,17 por saca. A movimentação foi caracterizada por um mercado desaquecido e ajustes de preços, apesar do suporte limitado pela demanda de usinas de etanol e indústrias do setor de ração animal.

As condições climáticas no Brasil continuam favoráveis para a produção de milho, com o Centro-Oeste registrando chuvas regulares e temperaturas amenas, fatores que favorecem a fase de enchimento de grãos da segunda safra e aumentam as expectativas de boa produtividade. Isso resulta em uma pressão maior sobre os preços no mercado físico. Além disso, a demanda interna se encontra acomodada, pois grandes consumidores já formaram seus estoques e aguardam a colheita da nova safra, o que diminui o volume de negociações e mantém um ritmo lento no mercado.

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