Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelam que aproximadamente 32,5 milhões de trabalhadores no Brasil atuam na informalidade ou sem carteira assinada. Isso corresponde a 31,7% do total de 102,5 milhões de empregados no país.
Esses números, que referem-se ao primeiro trimestre de 2025, não incluem cerca de 4,3 milhões de trabalhadores domésticos sem registro, 2,8 milhões no setor público também sem carteira e 816 mil empregadores que não possuem CNPJ.
Na comparação com o mesmo período do ano anterior, o aumento no número de autônomos informais e de empregados sem carteira assinada foi de 32,3 milhões, representando uma porcentagem de 31,5% da população ocupada.
Esses dados apontam para um crescimento de quase 10% na quantidade de trabalhadores nessas condições nos últimos cinco anos, passando de 29,7 milhões em 2020.
A situação evidencia a precarização das relações laborais no Brasil. A luta contra a informalidade é uma das pautas destacadas em um documento assinado por oito centrais sindicais e apresentado ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Uma questão importante no debate sobre as condições de trabalho é a “plataformização”, que consiste na utilização de trabalhadores autônomos por empresas de tecnologia, o que gera um vínculo de trabalho sem os direitos típicos dos empregos formais. Entre os desafios relacionados a essa prática está a espera pela regulamentação de direitos trabalhistas, previdenciários e sindicais para esses trabalhadores, algo também solicitado na pauta entregue ao governo.
No Dia do Trabalhador, nesta quinta-feira (1º), manifestantes se reúnem em São Paulo para protestar contra a exploração promovida por empresas de aplicativos.
Dos 19,1 milhões de trabalhadores autônomos sem CNPJ no país, muitos enfrentam jornadas longas para conseguir rendimentos semelhantes aos de um empregado formal. O rendimento médio mensal dos trabalhadores autônomos, de R$ 2.084, é 51% menor que o de um empregado com carteira assinada, que atualmente gira em torno de R$ 3.145.
A evidência da precarização está presente em vários aspectos do trabalho informal. Uma análise do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) destaca que, apesar de algumas vantagens da informalidade, como a autonomia e flexibilidade, há uma crescente preocupação em relação à insegurança financeira e à falta de direitos trabalhistas para esse grupo.
A busca por melhores condições e pela regulamentação do trabalho por aplicativos se torna cada vez mais urgente entre essas categorias.