Pessoas com habilidades avançadas de leitura e escrita enfrentam menos dificuldades nas atividades digitais, como compras online e preenchimento de formulários. No entanto, entre os alfabetizados proficientes, 40% ainda apresentam desempenho digital médio ou baixo, de acordo com o Indicador de Alfabetismo Funcional (Inaf), divulgado nesta segunda-feira (5).

O Inaf, que pela primeira vez incluiu dados sobre alfabetismo digital, avalia as competências de leitura, escrita e matemática da população brasileira. Durante a pesquisa, os participantes foram convidados a realizar atividades no celular, como comprar um par de tênis através de anúncios em redes sociais.

A pesquisa revelou que 95% dos analfabetos estão no nível baixo de competência digital, enquanto 67% dos alfabetizados em nível elementar alcançam uma média. Entre os proficientes, 60% apresentam alta habilidade digital, mas 40% delas estão em níveis médios ou baixos.

A coordenadora do Observatório da Fundação Itaú, Esmeralda Macana, alertou para a importância das habilidades digitais na inclusão social e no acesso a serviços públicos. O estudo também destacou que os jovens, especialmente aqueles entre 20 e 29 anos, têm melhor desempenho digital, refletindo as desigualdades educacionais já existentes.

O Inaf foi conduzido por uma parceria entre a Ação Educativa e a consultoria Conhecimento Social, com 2.554 participantes de diferentes regiões do Brasil, mapeando as habilidades letradas e digitais da população, em uma pesquisa que apresenta uma margem de erro de 2 a 3 pontos percentuais.