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16h10 05 Maio 2025
Atualizada em 05/05/2025 às 16h10

Com cascos na terra, 1ª Cavalgada do Zé Mineiro resgata a alma tropeira do Brasil

Por Redação TV KZ

Nos tempos antigos, eram os tropeiros os responsáveis por desbravar o Brasil, transportando gado, mantimentos e cultura por rotas que ecoam a história do nosso país. Em um Brasil que avança rapidamente, ainda há quem se mova no ritmo da poeira e dos cascos.

Em Aruanã (GO), na região do Araguaia, um grupo de cavaleiros, apaixonados por mulas e burros, reviveu a era dos tropeiros ao participar da 1ª Cavalgada do Zé Mineiro — um evento repleto de tradição, fé e reencontros.

O evento, acompanhado pelo repórter Canal Rural Mato Grosso, Pedro Silvestre, teve início na Fazenda Santa Luzia ao amanhecer. O dia começou cedo, e enquanto o sol ainda estava escondido atrás da serra, a equipe preparava a tropa com zelo e dedicação. Entre um café quente e boas conversas, cada detalhe reafirmava a vida simples do campo, com burros e mulas enfeitados com orgulho.

Segundo Carlos Lopes Rodrigues, um tropeiro experiente, “a tropa foi o barco do Brasil, transportando café, arroz e gado. Há mais de 30 anos trabalhando com gado e nunca mais larguei”. A cavalgada também valorizou a genética dos muares. “Estamos promovendo embriões de éguas quarto de milha com jumentos para produzir muares mais robustos e resistentes”, explicou Weliton dos Santos, gerente da fazenda.

Durante o percurso, cerca de cem cavaleiros avançavam em uma caravana que parecia desafiar o tempo, cortando os campos sob a vigilância do sereno Rio Araguaia. Ao som dos cascos e do tradicional carro de boi, celebravam o tropeirismo em uma verdadeira viagem no passado.

A cavalgada foi ainda um tributo a José Batista Sobrinho, o Zé Mineiro, uma referência no agronegócio nacional. Sua paixão pelos muares começou na infância e é lembrada com carinho pelos familiares. O legado se estendeu a filhos, netos e bisnetos. “Desde pequenos, fomos criados no campo. Meu pai sempre liderou pelo exemplo”, contou Wesley Batista. Para Joesley Batista, “é um privilégio conviver com ele e preservar a cultura que ele construiu”.

O encerramento do evento contou com um almoço típico, moda de viola e um clima de gratidão. “Essas tradições só persistem se forem passadas no cotidiano”, enfatizou o jovem José Batista Neto, neto de Zé Mineiro.

A data, 2 de maio, teve um significado especial: aniversário de casamento de Zé Mineiro e Flora Mendonça Batista, que comemoraram 66 anos juntos. “Foi uma linda surpresa. Não esperava…”, declarou Dona Flora, emocionada.

No ritmo das mulas, com o cheiro da terra e o som do berrante, a cavalgada reafirmou que, no coração do Brasil, as raízes da cultura tropeira permanecem fortes — como a marcha de quem ainda acredita na força da tradição.

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