Brasil
14h20 09 Fevereiro 2022

MP vai investigar Monark e Flow Podcast por suposta apologia ao nazismo 

Por Daniel Mello - Repórter da Agência Brasil - São Paulo
Reprodução - Flow Podcast
Bruno Aiub, conhecido como Monark

A Promotoria de Direitos Humanos do Ministério Público de São Paulo abriu inquérito para investigar suspeita de apologia ao nazismo feita, no podcast Flow, pelo apresentador e influenciador digital Bruno Aiub, conhecido como Monark. No entendimento dos promotores, ele defendeu a "criação de um partido nazista” durante entrevista com os deputados federais Kim Kataguiri (DEM-SP) e Tabata Amaral (PSB-SP). 

Na portaria do inquérito consta que o apresentador, sócio da produtora Flow Podcast, afirmou, na entrevista que foi ao ar na segunda-feira (7), que “a esquerda radical tem muito mais espaço que a direita radical, na minha opinião. Eu sou muito mais louco que todos vocês. Acho que o nazista tinha que ter o partido nazista reconhecido. Se um cara quisesse ser antijudeu, eu acho que ele tinha o direito de ser".  

Segundo os promotores Anna Trotta Yaryd e Reynaldo Mapelli Júnior, que assinam o pedido de abertura de investigação, “houve expressa defesa da criação de um partido nazista, como se este partido fosse decorrência do direito à liberdade de expressão”. 

No texto da portaria, eles destacam que está implícito no discurso do apresentador a violência contra diversos grupos. “A criação de um partido nazista representa, em síntese, a criação de um partido político feito para perseguir e exterminar pessoas, notadamente judeus, mas também pessoas com deficiência, LGBTQIA+ e outras minorias.” 

Após intimados, o Flow Podcast e o apresentador Monark terão 30 dias para apresentar informações sobre os fatos e sobre a constituição societária da produtora que produz e veicula o conteúdo. 

Outro lado 

Segundo nota divulgada ontem (8), os Estúdios Flow informaram que o episódio do podcast (arquivo digital de áudio transmitido pela internet) foi retirado do ar e o apresentador foi desligado da produtora. Em vídeo, também divulgado na noite de ontem, Igor Coelho, que é sócio de Monark, anunciou vai comprar a participação do apresentador nos estúdios, encerrando a ligação de Aiub com a empresa. 

No comunicado, os Estúdios Flow afirmam ainda ter compromisso com a democracia e os direitos humanos, lamentando o ocorrido. “Pedimos desculpas à comunidade judaica, em especial e a todas as pessoas, bem como repudiamos todo e qualquer tipo de posicionamento que possa ferir, ignorar ou questionar a existência de alguém ou de uma sociedade.” 

Monark divulgou um vídeo em suas redes sociais em que diz que errou, pede desculpas e afirma que estava “muito bêbado” na ocasião. 

PGR irá investigar Monark e Kim Kataguiri 

O procurador-geral da República, Augusto Aras, determinou a apuração das declarações dadas pelo apresentador e pelo deputado federal Kim Kataguiri, o qual participava do programa. O parlamentar disse no episódio que a Alemanha errou ao criminalizar o nazismo. 

Edição: Maria Claudia 

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