A Associação INCLUIR KZ, criada por moradores de Campos Altos/MG, surgiu da necessidade coletiva de reivindicar direitos das pessoas com deficiência, incluindo as diagnosticadas com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Os pais de crianças com deficiências se uniram para buscar a inclusão na sociedade. A entidade hoje conta com diversos integrantes.

A presidente, Aline Oliveira Cipriano, conversou com a reportagem da TV KZ e contou que é mãe de três adolescentes, incluindo Clarice, que tem 11 anos e paralisia cerebral. Ela relatou que encontrou na maternidade o impulso para lutar pelos direitos das pessoas com deficiência. Sua jornada reflete a busca incessante por acesso e igualdade, rumo à verdadeira inclusão.

Aline ainda explicou que os pais já tinham um grupo de WhatsApp, criado em 2020, o qual se fortaleceu em 2023 com a criação da INCLUIR KZ.

— Entendemos que para que a inclusão aconteça precisamos eliminar barreiras e favorecer acessos, a atendimentos de saúde, a educação de qualidade, a cultura, esportes e lazer. Lutamos por um mundo onde possamos celebrar todas as formas de existência — relatou a presidente à TV KZ.

Presidente da INCLUIR KZ, Aline Oliveira Cipriano.

A associação, embora recente, já conta com mais de 40 famílias associadas e busca um possivel convênio com a Prefeitura ou outra instituição para arrecadar recursos para atender seu público-alvo.

Seu quadro diretivo composto por seis membros, além da presidente, ainda inclui Talita Rafaela como vice-presidente, Graciele Cipriano como 1ª secretária, Marina Vitória como 2ª secretária, Sinval Júnior como 1º tesoureiro e Lunara Veríssimo como 2ª tesoureira.

Quanto ao atendimento a pessoas com deficiência, entre elas o autismo, a INCLUIR-KZ busca estabelecer parcerias e convênios para ampliar seu alcance. Para participar ou ajudar, basta ter uma pessoa com deficiência na família ou oferecer serviços voluntários ou doações. A INCLUIR KZ está disponível para contatos por meio de sua página no Instagram (@incluirkz).

Algumas das integrantes da diretoria, como Talita, Lunara, Marina Vitória e Graciele, compartilham histórias pessoais de superação e determinação, evidenciando o propósito da associação em promover o respeito, igualdade e garantia de direitos para todos. Confira:

Talita Rafaela

— Sou Talita Rafaela, atualmente vice-presidente da INCLUIR KZ. Sou mãe de duas crianças diagnosticadas com espectro autista e TDAH. Entrei nessa luta com o objetivo de auxiliá-los e trocar experiências com familiares que vivem a mesma situação. Meu propósito é através da INCLUIR KZ buscar equidade, educação de qualidade, empatia e participação social —

Vice-presidente da INCLUIR KZ, Talita Rafaela.

Lunara Veríssimo da Silva

— Sou Lunara Veríssimo da Silva, ocupo a função de 2ª tesoureira da INCLUIR KZ e Bacharel em Direito. Sou mãe da pequena Helena de 5 anos, que se encontra dentro do Espectro do Autismo. Quero falar sobre um pouquinho de como foi receber o diagnóstico, receber a notícia não é nada fácil, me senti sem chão e sem direção, pensei que não fosse conseguir. Mas acredito que em tudo Deus tem um propósito e me mostrou o quão forte eu sou.

Logo após, passei a estudar muito, virava noites estudando para entender mais sobre minha filha e em como poderia ajudá-la. Eu sempre falo que para ser pais atípicos não é para qualquer um, pois todos os dias é uma batalha com planos de saúde, garantia de direitos e etc. A INCLUIR KZ veio para abraçar todos os pais atípicos e mostrar que juntos somos mais fortes. Nossa luta é para garantir respeito, igualdade e que os direitos legais sejam respeitados — 

Lunara Veríssimo da Silva, 2ª tesoureira da INCLUIRKZ.

Marina Vitória 

— Sou Marina Vitória, tenho 44 anos, nasci com calvinismo na pele e ocular e tenho nistagmo em ambos os olhos, desde que conheci a escola aos 5 anos até hoje busco meu lugar ao sol, meus pais principalmente. Minha mãe que foi minha professora de apoio, copiava tudo do quadro em um cartaz grande, minha professora na década de 80 me alfabetizou pelo método fônico, sempre tive ótimas notas. Em 2007 passei no concurso em Campos Altos para professora na vaga de Portador de Necessidade Especial (PNE). Sou formada em Matemática pela FASF, em Luz, e em 2002 me formei em pedagogia pela PUC Minas de Arcos. Em 2005 fiz pós em Educação Inclusiva e 2006 Psicopedagogia. Em 2020 me transformei em Neuropsicopedagoga e em 2022 me tornei mãe da Maria Vitória Curi, autista nível de suporte 3 —

Marina Vitória,  2ª secretária.

Graciele Cristina Silva Cipriano

— Meu nome é Graciele Cristina Silva Cipriano, sou formada em licenciatura plena em pedagogia e pós-graduada em gestão escolar integradora, administração, inspeção, orientação e supervisão escolar. Estou como 1ª Secretária da Associação INCLUIR KZ.

Sou mãe da Valentina que é autista com nível de suporte 2 e do Teodoro que tem TDAH.

Como mãe, eu sempre desconfiei dos atrasos nas fases de desenvolvimento da Valentina, mas só fui procurar ajuda quando ela tinha 3 anos, daí veio a pandemia e atrasou todo o diagnóstico. Quando enfim os médicos fecharam o laudo, mesmo eu sempre sabendo do que se tratava eu fiquei em choque, e receosa pelo caminho que começaríamos a traçar e mais medo ainda do mundo que enfrentaríamos a diante. A humanidade não está preparada para conviver com os ditos "diferentes". 

Ao formar a associação conseguimos unir forças para enfrentar vários obstáculos que nos colocam para conseguir pelo menos o mínimo de dignidade e de respeito para com os nossos. Com a associação nós conseguimos unir forças para um bem maior, não só para os nossos entes queridos e sim para a humanidade entender que todos somos diferentes —

Graciele Cristina Silva Cipriano, 1ª Secretária da Associação INCLUIRKZ.

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