Campos Altos/MG
11h11 07 Julho 2020
Atualizada em 07/07/2020 às 11h27

Aulas a distância compensam carga horária de alunos da rede estadual

Em Campos Altos, alunos do Ensino Médio da Escola Padre Clemente de Maleto já estão na sexta semana de aulas remotas. Diretora destaca importância da participação dos pais.
Por Weber Luiz
EEPCM
Escola Padre Clemente de Maleto em Campos Altos/MG

Os alunos de Ensino Médio da escola estadual Padre Clemente de Maleto, em Campos Altos, estão tendo aulas a distância desde o início de maio. São quase 600 estudantes que tiveram as atividades interrompidas devido à pandemia da Covid 19.

As aulas remotas fazem parte do Regime Especial de Atividades Não Presenciais da Secretaria de Estado da Educação – SEE MG – adotado por todas as escolas estaduais em Minas Gerais. Foram elaboradas apostilas com atividades para cada semana, os Planos de Estudo Tutorados (PET), podem ser baixados gratuitamente em aplicativos ou distribuídos em versão impressa àqueles que não têm acesso à internet, caso dos alunos da zona rural, por exemplo. A Rede Minas de televisão transmite vídeo aulas com horários determinados.

De acordo com a diretora Juliana de Deus, embora muitos não tenham dado a resposta esperada para a nova modalidade, a maioria tem realizado o que está sendo passado. Para ela, o contato com o professor ainda é essencial. Por isso, cada docente tem um grupo de WhatsApp para cada turma e ali atende os alunos, elaborando atividades extras e tirando dúvidas. 

Novidade nas escolas públicas de Ensino Médio no estado, as aulas a distância têm servido também de experiência para os professores no uso da tecnologia. Muitos têm se aventurado em aulas on-line por meio de vídeo conferências, além do uso de canais n o Youtube.

O professor Clésio Braga, por exemplo, ficou surpreso com o próprio desempenho: “Foi além de minhas expectativas. Logicamente que tive que me reprogramar. Antes das aulas eu pensava que não iria conseguir atingir os alunos, mas pude perceber, porque já são várias aulas on-line, que consegui alcançar os objetivos. Uma pena que alguns alunos e pais ainda não conseguiram entender o quanto esta ferramenta é importante para este período não presencial”.

Rejane Marques, professora de História, já deu os primeiros passos de “youtuber” e comenta: “Devido à pandemia tivemos que nos adaptar a essa nova forma de trabalho. Com tudo isso, surgiram motivações para inovarmos e entrarmos de vez no mundo da tecnologia. No meu caso, para tentar atrair os alunos para as atividades de História, criei um canal no YouTube, onde faço explicações das matérias e também dou aulas online”.

A diretora Juliana chama a atenção, no entanto, para o risco de desmotivação dos alunos neste período de paralização. “Os alunos sentem falta da escola. As aulas presenciais nunca serão completamente substituídas e a falta do contato direto com os colegas e os professores acaba por fazer com que eles se sintam desmotivados”, comenta. Para ela, aqui se faz necessária a participação dos pais e responsáveis: “Em casa, com todas as atrações da internet, é importante que os adultos estejam sempre incentivando e motivando para que a atenção não se disperse. Neste momento, não podemos permitir que eles desistam”.

Não há previsão para a volta às aulas presenciais em Minas Gerais, mas especialistas têm afirmado que a modalidade de aulas a distância continuará fazendo parte do dia a dia dos alunos mesmo depois de eles voltarem à escola. Mais do que nunca, a carência provocada pelo distanciamento e pela descontinuidade no processo de aprendizagem provocada pela interrupção precisa ser amenizada. Para tanto, a responsabilidade dos estudantes e o incentivo dos pais e responsáveis são fundamentais. A professora Rejane concorda que a distância ainda machuca. “O distanciamento, a falta do estar próximo, tudo isso é ruim. O famoso ‘olho no olho’ ainda fala mais alto, porém tenho fé de que em breve tudo normalizará e poderemos estar de novo com nossos alunos”, conclui. 

Escola deserta: pandemia afastou mais de 600 alunos da escola Padre Clemente de Maleto - Foto: EEPCM

 

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