Economia
13h40 07 Julho 2025
Atualizada em 07/07/2025 às 13h40

Bolsas da Europa fecham sem sinal único, com expectativa por postura tarifária de Trump

Por Matheus Andrade, especial para a AE Fonte: Estadão Conteúdo

As bolsas da Europa fecharam sem sinal único nesta segunda-feira, 7, com atenção à postura do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, enquanto se aproxima o prazo da suspensão tarifária estabelecida pelo país, no dia 9 de julho. Além disso, esteve no radar a decisão da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) de aumentar a produção acima do que era amplamente esperado, o que tende a pressionar os preços dos hidrocarbonetos.

O índice pan-europeu Stoxx 600 fechou em alta de 0,44%, a 543,50 pontos. Em Londres, o FTSE 100 caiu 0,19%, a 8.806,53 pontos. Em Frankfurt, o DAX subiu 1,20%, a 24.073,67 pontos. Em Paris, o CAC 40 avançou 0,35%, a 7.723,47 pontos.

O presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou que vai anunciar acordos tarifários e começar a enviar cartas a parceiros que ainda não tenham firmado pactos com Washington a partir das 13h (pelo horário de Brasília) desta segunda. O republicano também ameaçou impor tarifa adicional de 10% a países alinhados às "políticas antiamericanas do Brics", em meio à realização da cúpula do bloco, no Rio de Janeiro.

Na avaliação do Swissquote Bank, por mais que o secretário do Tesouro americano, Scott Bessent, tenha sinalizado que alguns países receberão uma extensão de três semanas para negociações, "nunca se pode ter certeza de que o que é dito agora ainda será verdade daqui a um minuto". "Não se pode contar com a permanência das tarifas anunciadas nas próximas horas por mais de um dia. Essa é a realidade - e as últimas manchetes não apontam para um caminho tranquilo", explica, ao ressaltar que "o drama comercial não desaparecerá tão cedo", prejudicando o apetite nos mercados.

O dirigente do Banco Central Europeu (BCE) e presidente do BC da Alemanha (Bundesbank), Joachim Nagel, previu que os impulsos da política fiscal alemã compensarão os efeitos negativos da guerra tarifária deflagrada pelo governo Trump a partir de 2026. Em discurso nesta segunda-feira, Nagel disse também que a economia da Alemanha enfrenta obstáculos significativos no curto prazo, mas ressaltou haver motivos para uma postura de "otimismo cauteloso" em relação ao futuro.

No noticiário macroeconômico, o varejo da zona do euro teve desempenho pior do que o esperado em maio, com redução de 0,7% nas vendas, mas a indústria alemã surpreendeu positivamente no mesmo período, com avanço de 1,2% na produção.

Em Londres, a Shell caiu 2,34%, após reduzir seu guidance de produção por causa da divisão de gás. Em Lisboa, a EDP renováveis recuou 2,67%, pressionando o PSI 20, que caiu 0,57%, a 7.732,97 pontos. Em Madri, o Ibex35 subiu 0,73%, a 14.074,80 pontos. Em Milão o FTSE MIB teve alta de 0,35%, a 39.914,25 pontos.

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