O dólar avançava frente às principais moedas globais nesta quinta-feira, impulsionado pelos dados de manufatura nos EUA, que tiveram contração mais suave do que o esperado, e pela fraqueza do iene após o Banco do Japão (BoJ) cortar projeções de crescimento para a economia japonesa em meio às incertezas da política tarifária dos EUA.
O índice DXY, que mede o desempenho da divisa americana ante uma cesta de moedas fortes, avançou 0,78%, voltando a ficar acima dos 100 mil pontos pela primeira vez desde 11 de abril. Por volta das 17h (horário de Brasília), o dólar subia a 145,63 ienes, enquanto o euro recuava para US$ 1,1289 e a libra esterlina se desvalorizava a US$ 1,3283.
A decisão do BoJ de manter as taxas de juros inalteradas em 0,5% não surpreendeu ninguém, porém, o tom da declaração foi notavelmente mais moderado do que em janeiro, com o BC observando que era "extremamente incerto" como o comércio e outras políticas evoluiriam e argumentando que a economia se moderaria, diz a Capital Economics.
Segundo o ING, o clima nos mercados melhorou ligeiramente, mas o próximo capítulo para o câmbio será o impacto de toda essa incerteza comercial no crescimento. Assim, é improvável que o dólar reverta totalmente suas perdas recentes, mesmo que o governo de Donald Trump recue inteiramente em suas tarifas, afirma Thierry Wizman, estrategista da Macquarie. "O dólar deixará de ser uma moeda essencial e se tornará uma alternativa entre algumas opções comparáveis, como o euro", acrescenta ele.
Em destaque hoje, o PMI industrial dos EUA elaborado pelo Instituto para Gestão da Oferta (ISM, na sigla em inglês) caiu de 49,0 em março para 48,7 em abril, contra as expectativas de uma queda ainda maior, a 48. Os investidores temiam o risco de um número mais fraco, visto a guerra tarifária anunciada por Trump em abril.
*Com informações da Dow Jones Newswires