O Julius Baer registrou mais uma significativa provisão para perdas com empréstimos, à medida que sua nova liderança avalia carteiras de crédito na tentativa de superar um escândalo que gerou uma grande baixa contábil no passado e custou o cargo de seu ex-CEO.
O grupo bancário revelou na noite de terça-feira (20) uma perda de 130 milhões de francos suíços (US$ 157 milhões) vinculada à sua carteira de dívida privada e a algumas posições em sua carteira de hipotecas, que refletem a "adoção de critérios mais prudentes para a qualidade de crédito e relacionamento com clientes".
O banco vem tentando superar o colapso do austríaco Signa, grupo imobiliário agora insolvente de propriedade do magnata René Benko. O Julius Baer foi obrigado a fazer uma baixa contábil de 586 milhões de francos em empréstimos para esse cliente específico em suas contas referentes a 2023, levando clientes a fazer saques e seu então CEO, Philipp Rickenbacher, a renunciar, em fevereiro do ano passado. O banco também informou que encerrará sua divisão de dívida privada.
"Estamos rapidamente lidando com questões de legado", disse o CEO Stefan Bollinger, ex-sócio do Goldman Sachs que assumiu o comando do banco suíço em janeiro. Bollinger iniciou uma revisão da carteira de crédito do banco no mês seguinte e, desde então, vem implementando um programa de redução de custos e reorganização organizacional.
Em uma atualização sobre os primeiros quatro meses do ano, o Julius Baer divulgou também que ativos sob sua gestão somavam 467 bilhões de francos suíços em abril, representando queda de 6% desde dezembro devido à valorização do franco em relação ao dólar no período, e apesar de ter atraído 4,2 bilhões de francos líquidos de clientes em mercados importantes da Ásia e da Europa Ocidental.
Por volta das 8h45 (de Brasília), a ação do Julius Baer amargava queda de 4,3% na Bolsa de Zurique.
*Com informações da Dow Jones Newswires