O head de Comércio Exterior do LIDE, Roberto Giannetti, reforçou que o setor privado brasileiro busca "previsibilidade" nas relações com os Estados Unidos e que um aumento de tarifas colocaria em risco um trabalho de integração construído ao longo de décadas.
"Nós queremos operação econômica, previsibilidade, segurança, e uma integração econômica com a maior economia do mundo, que são os Estados Unidos", afirmou, após reunião com empresários.
Giannetti afirmou que os empresários articulam a formação de um grupo representativo para acompanhar o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, em futuras rodadas de negociação em Washington.
A proposta inclui reuniões com o Departamento de Comércio e o Departamento de Estado dos EUA, em busca de um acordo que reduza tarifas e dê perspectivas aos setores exportadores.
Participaram da reunião executivos e líderes de diversos setores, como Henrique Meirelles (ex-ministro e ex-BC), Caio Megale (XP), Luiz Fernando Furlan (BRF), Nayana Rizzo (AWS), Fernando de Paula (McDonalds), Rodrigo Simonato (Tereos), Guilherme Bastos (FGV), Haroldo Silva (Abit), José Velloso (Abimaq), Tirso Meirelles (Sebrae), Julio Serson (Grupo Vila Rica), Marcos Gouvêa de Soauza (Gouvea Ecosystem), Roberto Paranhos (Índia Chamber), Heleno Torres (ADV), João Doria (Lide), João Doria Neto (Lide) e Juliana Villano (Embraer).
Embora governadores, como o de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), tenham manifestado interesse em contribuir, os líderes empresariais destacaram que a competência formal é do governo federal. "Toda contribuição é bem-vinda, mas quem capitania essa relação é o vice-presidente", reforçou o fundador e copresidente do conselho do Lide, João Doria.
Os empresários elogiaram a condução da pauta por Alckmin e pelo ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, mas defendem ampliar a interlocução também pelo setor privado. "É muito comum nos EUA o setor produtivo fazer lobby. Vamos abrir canais para mostrar que a tarifa prejudica tanto a indústria quanto o consumidor americano", disse o ex-governador de São Paulo.
Ao fim do encontro, o grupo destacou que seguirá pressionando por um ambiente de negociação mais técnico e menos contaminado por disputas políticas internas.