O dólar operou em queda nesta quarta-feira, 23, enquanto investidores aguardam uma possível decisão das negociações de Washington com a União Europeia (UE). Nesta terça, 22, acordos tarifários foram fechados entre os Estados Unidos e parceiros asiáticos, incluindo Japão, Filipinas e Indonésia.
O índice DXY, que mede o desempenho do dólar frente a uma cesta de seis moedas fortes, fechou em queda de 0,18%, a 97,214 pontos. Por volta das 16h50 (de Brasília), o euro se valorizava a US$ 1,1774 e a libra tinha avanço a US$ 1,3580. A moeda americana cedia a 146,54 ienes, após reagir com volatilidade na esteira do acordo com os americanos e uma tarifa de 15% às importações japonesas.
No contexto europeu, foi noticiado no começo da tarde que a UE está se aproximando de um acordo que prevê uma tarifa básica de 15% para a maioria dos produtos, inclusive veículos. Todavia, o bloco pode retaliar os EUA com uma tarifa de 30% sobre quase 100 bilhões de euros em produtos caso os dois lados não consigam chegar a um acordo.
Os economistas do Goldman Sachs afirmam que "os amplos aumentos das tarifas pesarão sobre as perspectivas relativas dos EUA e, portanto, continuarão a corroer a força do dólar". Também há dúvidas sobre como os custos das tarifas serão divididos entre exportadores, importadores e consumidores, diz o banco.
O aumento das apostas no fortalecimento do euro em relação a divisa americana parece justificado, dada a ameaça à independência do Federal Reserve (Fed), aponta o Commerzbank. Hoje, o presidente dos EUA, Donald Trump, voltou a criticar o chefe do Fed, Jerome Powell, afirmando que a taxa de juros deveria estar 3 pontos porcentuais abaixo do nível atual.
As crescentes ameaças ao BC americano deve gerar preocupações, acrescenta o banco alemão, pois parece que o governo Trump está procurando uma brecha para colocar o Fed sob uma supervisão governamental mais forte.
*Com informações da Dow Jones Newswires