A Universidade de São Paulo (USP) apresentou uma queda de 16 posições no ranking internacional QS World 2026, divulgado pelo site especializada em educação superior Quacquerelli Symond, na quarta-feira, 18.
A instituição brasileira ocupa a 108° colocação da lista, que avalia 1.501 universidades de todo o mundo a partir de indicadores como reputação acadêmica, proporção de estudantes internacionais e resultados de emprego que levam a uma nota de 0 a 100 no final.
Com a nova rodada de avaliações, a USP volta a figurar fora do top 100 do ranking depois de ficar em 85° ranking publicado em 2023, e 92°, no de 2024.
Apesar da queda, instituição continua sendo a melhor do País.
O levantamento deste ano, a 22ª edição do QS, é considerada a maior de todas por conseguir avaliar 1.501 universidades de 106 territórios diferentes.
A tabela continua sendo encabeçada pela Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT, na sigla em inglês), dos Estados Unidos.
A pontuação final da instituição brasileira foi de 67,3. A universidade apresentou uma nota alta para empregabilidade, com 98,8 no quesito Resultados de Emprego, e 98,1 em Reputação Acadêmica.
No entanto, o QS deu pontuações baixas em Engajamento Global, com uma pontuação de 3,5 em Proporção de Estudantes Internacionais, e 9,2 em Proporção Internacional de Docentes.
Com o resultado, apenas a Universidade de Buenos Aires (UBA) representa a América do Sul entre as 100 melhores do mundo, com uma pontuação de 72,3. A instituição argentina está em 84°, mas também apresentou uma queda de 13 posições depois de ficar em 71° na avaliação divulgada do ano passado.
No Brasil, a segunda melhor universidade continua sendo a Unicamp, a Universidade de Campinas (233° posição do ranking), seguida da Universidade Federal do Rio de Janeiro (317°) - as duas apresentaram quedas, a Unesp (450°) e a Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (571°).
De acordo com o QS, o Brasil registra uma taxa de queda líquida de 25% nesta edição do ranking, acompanhando uma tendência vista em todo o continente, visto que 50% das universidades da América Latina caíram na tabela - em 2024, três delas estavam no top 100 do ranking.
Mesmo assim, o Brasil ainda é o país do continente com mais universidades entre as 500 melhores do mundo, o que o credencia como o sistema de ensino superior mais forte da América Latina, diz o QS.
"As universidades brasileiras, assim como a região latino-americana de forma mais ampla, enfrentam desafios nesta edição, principalmente em áreas como pesquisa e atração de talentos globais", disse Ben Sowter, vice-presidente sênior do QS. "No entanto, é perfeitamente possível reverter a situação através de financiamento direcionado, incentivos à mobilidade internacional e parcerias de investigação", acrescentou
O QS destaca que a USP possui altos índices de produção acadêmica, elevada capacidade de empregabilidade, e um alto nível de sustentabilidade.
Contudo, a universidade paulista, como o ensino superior brasileiro como um todo, enfrenta o desafio de ter poucos professores citados em estudos e uma quantidade baixa de docentes e estudantes internacionais em seus campus.
"O país apresenta um déficit em relação à diversidade internacional no campus e à atração de talentos globais", informou o QS, em comunicado.
Estados Unidos lidera ranking
Os Estados Unidos são o sistema de ensino superior mais representado do ranking, com 192 universidades classificadas, seguidos pelo Reino Unido (90), e pela China (72).
O Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) continua na liderança da lista pela 14ª vez consecutiva. Na segunda colocação, está o Imperial College, de Londres, que também se manteve na mesma posição do ranking do ano passado.
A Universidade de Stanford, também norte-americana, subiu três posições e ficou em terceiro.
A Universidade de Oxford e a Universidade de Harvard caíram uma colocação, ficando em quarto e quinto lugar, respectivamente.