Uma mulher de 61 anos foi presa em flagrante por injúria após ofender um homem em uma cafeteria do Shopping Iguatemi, na zona sul de São Paulo. Durante uma discussão, ela chamou o rapaz de "bicha nojenta".
O caso aconteceu na tarde deste sábado, 14. No domingo, 15, a Justiça a concedeu liberdade provisória mediante cumprimento de medidas cautelares. Dentre elas, a proibição de frequentar o shopping.
Um vídeo que circula nas redes sociais mostra as ofensas feitas pela mulher, identificada pelo Tribunal de Justiça de São Paulo como Adriana Catarina Ramos de Oliveira, e o homem vítima de injúria, que a manda calar a boca sob ameaça de agressão.
Em um segundo vídeo, Adriana diz que foi atacada primeiro com ofensas como "velha" e "doente" por conta de seu problema físico no joelho.
Segundo a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP), policiais militares foram acionados para atender à ocorrência e os envolvidos foram conduzidos à delegacia. Testemunhas confirmaram a versão da vítima de homofobia e o caso foi registrado como injúria. Ela permaneceu presa por um dia.
Ao conceder a liberdade provisória neste domingo, a Justiça determinou que Adriana deve comparecer mensalmente em Juízo para informar e justificar suas atividades ou eventuais mudanças de endereço; está proibida de frequentar o shopping Iguatemi, que seria local de trabalho da vítima; e não pode sair da cidade por mais de oito dias sem autorização prévia.
Caso ela descumpra alguma dessas medidas, pode ser presa novamente. O caso ainda será julgado. Em seu perfil no Instagram, Adriana se diz jornalista e autora de livros. Ela publica vídeos falando sobre religião, astrologia, vida extraterrestre, entre outros assuntos. O Estadão não conseguiu contato com ela ou sua defesa.
Em um vídeo filmado por ela dentro do 14ºDP, onde a ocorrência foi registrada, Adriana dá sua versão dos fatos. Nas imagens, que também circulam nas redes sociais, mas não constam em seu perfil no Instagram, ela diz que foi ofendida primeiro pelo homem e, então, revidou.
"Eu fui agredida por pessoas que estavam ao meu lado e começaram a se escarnecer da minha situação física. Me chamaram de velha, me chamaram de doente e riram muito de mim. Eu pedi a conta e pedi para ir embora. Mesmo assim eles continuaram tendo a mesma atitude", diz ela.
"Viemos todos para a delegacia. Eu sou uma pessoa doente, tenho um problema físico, vou ser operada. Tenho que tomar um remédio para dor e faz duas horas que passou o horário do meu remédio. Nós estamos há quatro horas em uma delegacia", continua.
A vítima de homofobia não foi identificada e por isso a reportagem não conseguiu contato com ela.