O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assinou na sede da Interpol, em Lyon, na França, uma Declaração de Intenções que tem como objetivo fortalecer a cooperação internacional no combate ao crime organizado. O documento foi endossado pelo petista nesta segunda-feira, 9, durante viagem oficial do líder do executivo ao país.
"A criminalidade está evoluindo em uma velocidade sem precedentes, exigindo ações multilaterais urgentes e coordenadas. Cada vez mais impulsionado pela tecnologia digital e pela conectividade, o crime organizado tornou-se uma questão global", afirmou o presidente em seu discurso.
A Declaração de Intenção deve focar em desarticular organizações criminosas transnacionais e suas redes de apoio, proteger grupos vulneráveis e permitir a modernização das forças de segurança do Brasil e de outros países da América Latina.
O presidente também aproveitou a oportunidade para citar algumas ações de seu governo para combater o crime internacional. "Criamos o Centro de Cooperação Internacional da Amazônia, que reúne autoridades dos 9 países que compartilham esse bioma, e fortalecemos a atuação conjunta na Tríplice Fronteira com Argentina e Paraguai contra crimes financeiros e o tráfico de drogas, de armas e de pessoas", ele exemplifica.
Secretário-geral da Interpol, é brasileiro
Durante fala no evento, Valdecy Urquiza, secretário-geral da Interpol, afirmou que a assinatura do documento permitirá que o Brasil compartilhe informações com outras nações e realize operações conjuntas para combater o crime transnacional.
"Nosso objetivo é claro, enfraquecer as estruturas de comando dessas organizações, interromper seus fluxos financeiros e responsabilizar judicialmente seus principais articuladores", afirmou o secretário-geral da Interpol.
Urquiza aproveitou a ocasião para anunciar uma nova força tarefa na América do Sul. O grupo irá focar em apoiar pais da região em operações e fornecer soluções em inteligência para combater os criminosos internacionais do continente.
Interpol tem brasileiros na lista de procurados
A Interpol conta com nomes brasileiros na lista de procurados. Dentre o mais recentes, está o da deputada Carla Zambelli (PL-SP), que começou a figurar dentre os criminosos internacionais na última quinta-feira, 5.
Zambelli entrou para a relação de procurados após ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decretar sua prisão preventiva depois de a deputada licenciada fugir do país afim de evitar prisão devido invasão no sistema do Conselho Nacional de Justiça.
A lista vermelha de difusão, em que Zambelli está descrita, inclui ao menos 71 brasileiros fugitivos em outros países. A deputada é a sétima mulher brasileira inserida na lista, ao lado de foragidas por homicídio e tráfico de drogas.