O presidente da França, Emmanuel Macron, disse nesta quinta-feira, 5, que a homenagem que o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva terá na Academia Francesa - equivalente à Academia Brasileira de Letras - é um "privilégio raro" e "mostra o respeito e admiração" pelo petista. Também disse que "o Brasil está em casa na França".
"Tenho realmente muito orgulho que Lula seja acolhido sob a cúpula da Academia Francesa para poder se expressar. É um privilégio raro e isso mostra o respeito e admiração que nossos imortais têm pelo senhor", afirmou.
Lula será o segundo brasileiro a receber a homenagem. Antes dele, apenas Dom Pedro II foi agraciado. Desde a fundação da academia, no século XVII, 19 chefes de Estado foram homenageados.
Macron disse, ainda, que a França e o Brasil compartilham "a mesma visão sobre as florestas e este combate contra a mudança climática e em prol da biodiversidade" por terem territórios na Amazônia (a França controla a Guiana Francesa).
"Compartilhamos a mesma visão de mundo aberto que respeite o clima e o comércio", disse o presidente francês, que falou também que vai organizar, logo antes da COP30, um encontro na Bahia com países africanos.
Macron disse, ainda, que os dois países, pela fronteira por meio da Guiana Francesa, têm "parceria para monitoramento para lutar contra o garimpo ilegal".
"Celebramos acordo de transferência de detidos, muito esperado pelo Amapá, Amazonas e Guiana", disse.
O presidente francês disse, ainda, que o Brasil e a França compartilham "a mesma visão de mundo aberto que respeite o clima e o comércio". Ressaltou o que chamou de "parceria estratégica e equilibrada" que os dois países têm.
"Essa parceria estratégia equilibrada que temos também corresponde à intensidade das nossas relações humanas. Na minha visita no ano passado, pude visitar o Instituto Pasteur, um dos mais belos exemplos de cooperação científica e agora temos um projeto de produção de vacinas que corresponde perfeito à agenda de soberania sanitária", afirmou.
Macron também falou sobre anúncios que serão feitos em Nice, onde serão realizados o Fórum Econômico França-Brasil e da Conferência dos Oceanos da ONU.
"Os anúncios que faremos em Nice nos permitirão dar mais conteúdo a essa relação de transporte aéreo, marítimo e terrestre, de energia renovável, nuclear, minérios críticos. São muitos projetos em que estamos avançando", declarou.