Em meio à polarização entre partidários do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), há um reflexo na rejeição do eleitorado aos dois personagens que protagonizam a política brasileira. Pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quinta-feira, 5, mostrou que 66% são contra uma tentativa de reeleição de Lula; em relação a Bolsonaro, 65% disseram que ele deveria indicar um nome para concorrer ao Palácio do Planalto.
Lula tem tratado recorrentemente da possibilidade de disputar um quarto mandato. No último domingo, 1º, em evento do PSB, afirmou que, para ser candidato, "precisa estar 100% de saúde" como está hoje. "Se estiver bonitão do jeito que estou, apaixonado do jeito que eu estou e motivado do jeito que eu estou, a extrema direita não volta a governar este país nunca mais", declarou.
No entanto, segundo levantamento também da Genial/Quaest, após o escândalo das fraudes no INSS, a gestão petista atingiu em maio o maior nível de desaprovação neste terceiro mandato do presidente. O índice chegou a 57%, ante 40% que disseram aprovar o governo.
Bolsonaro, por sua vez, está inelegível até 2030 por determinação da Justiça Eleitoral e é réu no Supremo Tribunal Federal (STF) sob acusação de tentativa de golpe. Porém, tem insistido em uma candidatura em 2026 e se mostra refratário a apoiar um sucessor. "Se eu não aparecer como candidato, é uma negação à democracia", disse o ex-presidente em gravação divulgada no mês passado.
Lulistas
Enquanto dois em cada três brasileiros afirmaram que Lula não deve concorrer à reeleição, 32% defenderam uma candidatura, segundo a Genial/Quaest. O porcentual dos contrários a um novo mandato era de 52% em dezembro de 2024; em março, passou para 62% e, agora, é de 66%. Já os defensores de uma candidatura eram 45% em dezembro, 35% em março e são 32% agora.
Mesmo entre eleitores que se dizem "lulistas ou petistas", há quem defenda a saída do presidente da disputa (15%). Entre os eleitores que se consideram mais à esquerda, mas não lulistas ou petistas, 37% declararam que o chefe do Executivo não deve se candidatar.
Nomes
Sobre Bolsonaro, 65% afirmaram que ele "deveria abrir mão da candidatura agora". Entre os eleitores de direita, 55% compartilham dessa opinião. Entre os citados como substitutos do ex-presidente em 2026, os mais lembrados foram o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), com 17%; e a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL), com 16%.
Foram ainda mencionados o governador do Paraná, Ratinho Júnior (PSD); o influenciador Pablo Marçal (PRTB), que também está inelegível; o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil); o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSD); o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL); e o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo).
Ainda segundo a pesquisa, são 45% os que disseram ter mais medo da volta de Bolsonaro do que da continuidade de Lula. Em março, eram 44% os que apontavam essa preocupação. De outro lado, são hoje 40% os que temem mais a continuidade do petista no cargo. Em março, eram 41%
Empate
Tarcísio e Ratinho Júnior cresceram na pesquisa e apareceram empatados tecnicamente em um eventual segundo turno contra Lula. O governador de São Paulo passou de 37% em março para 40%, enquanto o presidente oscilou no limite da margem de erro, de 43% para 41%.
O governador do Paraná também cresceu três pontos porcentuais e chegou a 38%, ante 40% do presidente. Testado pela primeira vez e agora filiado ao mesmo partido de Ratinho Jr., Leite registrou 36%, empatando com Lula (40%) no limite da margem de erro. Michelle também empata tecnicamente com o petista - ele tem 43% e ela, 39%.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.