Política
13h30 16 Julho 2025
Atualizada em 16/07/2025 às 13h30

'O Brasil não é um puxadinho dos Estados Unidos', diz presidente eleito do PT

Por Levy Teles Fonte: Estadão Conteúdo

O novo presidente do PT, Edinho Silva, eleito neste mês de julho, disse que o "Brasil não é um puxadinho dos Estados Unidos". Edinho defende que, nesta guerra comercial com o presidente americano Donald Trump, o País fortaleça a formação de novas relações comerciais com outros países.

"Evidente que também essa crise diplomática demonstra que temos que fortalecer a nossa concepção de formação de blocos comerciais e que também a gente consiga colocar na mesa os países que defendem a democracia, para que a essa prática do governo Trump não seja normalizada", afirmou.

Como antecipou ao Estadão, Edinho voltou a dizer que as ações de Trump como uma tentativa de construir uma "Terceira Guerra Mundial" por meio de medidas econômicas.

O ex-prefeito de Araraquara também apontou, nesta quarta-feira, 16, quais devem ser as prioridades do PT de agora em diante: a reforma política eleitoral, o fortalecimento dos partidos, financiamento do Sistema Único de Saúde (SUS), mudança climática, a escala de trabalho 6x1, a tarifa zero no transporte e a segurança pública. Ele deu ênfase para esse último tema.

"É urgente que possamos aprofundar o debate de segurança pública. A sociedade está dizendo isso", disse. Para o partido, Edinho deseja a formulação de um novo estatuto, que discuta a renovação da militância, limite de mandatos e organização de base.

O partido diz que a eleição interna deste ano, chamada de Processo de Eleição Direta (PED), foi a maior da história, com aproximadamente 550 mil votos de filiados em todo o Brasil.

Edinho Silva saiu como vencedor com 378 mil, ou 73,1% dos votos. A tendência predominante do partido, a Construindo um Novo Brasil (CNB), saiu novamente triunfante com a tese "Derrotar a extrema direita e avançar na construção de um novo Brasil".

Edinho enfrentou concorrência de nomes mais à esquerda do PT, como o o secretário de relações internacionais Romênio Pereira (58,8 mil votos, 11,4%), o ex-presidente da sigla e deputado federal por São Paulo Rui Falcão (57,7 mil votos, ou 11,2% do total) e o diretor na Fundação Perseu Abramo Valter Pomar (22,5 mil votos, 4,4%).

No dia 27 deste mês, o PT fará o segundo turno de votações para definir a presidência de diretórios nos Estados do Paraná, Tocantins, Santa Catarina, Rondônia, e Rio Grande do Sul. Haverá também uma segunda rodada em municípios.

Houve controvérsia durante as votações. O Estadão revelou o caso de uma chapa derrotada na Bahia que denuncia que mortos votaram no PED em Camaçari, em um caso que deve parar na Justiça. Houve também, pelo Brasil, denúncias de filiações em massa, acusações de golpe e novas ameaças de judicialização.

"Acredito que não houve nenhuma anomalia em relação a outros momentos, sempre na disputa política, ocorrem tocas de acusações", afirmou o senador Humberto Costa (PE), presidente em exercício do PT durante a realização do PED. "É óbvio que num processo como esse, precisa ser aperfeiçoado. Garantir que todo mundo possa participar é a principal coisa."

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