O líder no PL na Câmara dos Deputados, Sóstenes Cavalcante (RJ), alterou o seu discurso e afirmou nesta sexta-feira, 8, que entrará com representação contra a deputada Camila Jara (PT-MS) "por quebra de decoro com pedido de suspensão cautelar do mandato".
O parlamentar acusa a petista de ter agredido Nikolas Ferreira (PL-MG) enquanto o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), recuperava seu assento na Mesa Diretora após dois dias de ocupação. Camila nega o suposto empurrão ou soco.
"Acabamos de representar a deputada Camila Jara. A agressão covarde contra o deputado Nikolas Ferreira não ficará impune. O vídeo mostra tudo: um golpe pelas costas. Um deputado caído. Uma deputada rindo e zombando depois", escreveu o deputado por meio de seu X (antigo Twitter).
O pronunciamento marca uma mudança na postura de Sóstenes. No dia anterior, em discurso na Câmara, o deputado pediu desculpas a Motta, defendeu a pacificação e disse que "se depender do PL, nós não vamos representar contra a deputada da esquerda (Camila Jara). Sabe por quê? Porque ela, emocionalmente, estava como todos nós, inclusive eu".
No discurso, o líder do PL ainda afirmou ter conversado com Nikolas para evitar a representação contra Camila. O político, no entanto, durante todo o discurso, reiterou a acusação de agressão.
Camila Jara, por sua vez, nega o ataque. A política conta que está tratando um câncer na tireoide e que atualmente possui 1,60 metro de altura e 49 quilos.
Ela recebeu o diagnóstico da doença neste ano e foi submetida a procedimentos médicos para retirada do tumor. A congressista está se recuperando e passa por tratamentos para manter a imunidade equilibrada e recuperar a voz completamente.
Por meio de nota, a assessoria da deputada afirma que ela "reagiu ao empurra-empurra da mesma forma que qualquer mulher reagiria em um tumulto, quando um homem a pressiona contra a multidão. Não houve soco ou qualquer outro ato de violência deliberada".
Desde o ocorrido, Nikolas Ferreira tem feito uma série de postagens em que ataca a parlamentar e chegou a chamá-la de "jararaca". Camila diz que "o resultado dessa campanha de perseguição foram centenas de comentários ofensivos e ameaças à integridade física e até mesmo à vida".