Saúde
17h00 12 Julho 2025
Atualizada em 12/07/2025 às 17h00

Pesquisador indígena cataloga 150 plantas medicinais de seu território

Por Redação TV KZ Fonte: Agência Brasil

O etnobotânico Hemerson Dantas dos Santos, da etnia Pataxó Hã-Hã-Hãi, catalogou 175 plantas medicinais em seu território, localizado na Terra Indígena Caramuru/Paraguassu, na Bahia. A pesquisa começou com o intuito de identificar tratamentos para doenças prevalentes entre seu povo, como diabetes, hipertensão e verminoses.

O estudo, realizado no Instituto de Ciências Ambientais, Químicas e Farmacêuticas da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), é um esforço para resgatar a sabedoria ancestral sobre o uso de plantas medicinais, muitas das quais tinham se perdido ao longo do tempo devido à devastação ambiental e ao deslocamento forçado de comunidades indígenas.

Entre as descobertas, Hemerson destacou que algumas das plantas utilizadas para tratar verminoses, diabetes e hipertensão incluem o mastruz, a moringa e o capim-cidreira. Inusitadamente, muitas das espécies catalogadas são exóticas, reflexo das mudanças ambientais e sociais na região.

Desafios enfrentados

A história da Terra Indígena Caramuru/Paraguassu é marcada por conflitos. Desde a sua criação em 1926, a terra sofreu invasões e alterações significativas em sua cobertura vegetal. Hemerson também se deparou com dificuldades para localizar diversas plantas mencionadas por anciões, devido à perda da mata nativa, que foi convertida em pastagem.

O trabalho de Hemerson, o primeiro no mundo com a influência de um pesquisador indígena etnobotânico, representa um importante passo na preservação dos conhecimentos tradicionais e na documentação do uso sustentável das plantas medicinais. O resultado da pesquisa futuramente será transformado em um livro e em um material audiovisual, além da criação de um viveiro de plantas na aldeia para uso da comunidade.

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