O presidente da Comissão de Arbitragem da CBF, Rodrigo Cintra, saiu em defesa da atuação de Flávio Rodrigues de Souza na polêmica expulsão do goleiro Léo Jardim, na partida entre Internacional e Vasco, pelo Brasileirão. Mesmo após exames apontarem lesão no atleta, a comissão validou a decisão tomada em campo e reiterou a orientação de tolerância zero com o que considera perda deliberada de tempo.
Para Cintra, o episódio é mais um reflexo da necessidade de modernizar a arbitragem brasileira e alinhar condutas com o que é praticado em grandes competições internacionais. "A decisão está prevista no texto da regra, na orientação e na recomendação da Fifa", afirmou. O dirigente citou o Mundial de Clubes como exemplo recente do endurecimento contra o antijogo: "Coibiu demais o antijogo, e com razão".
Segundo a súmula da partida, o árbitro entendeu que Léo Jardim retardou propositalmente a retomada do jogo. Ele já tinha um amarelo, e mesmo com a presença do médico ao lado, permaneceu sentado próximo à trave, sem aceitar o atendimento. "O árbitro chegou ao último recurso... não tinha outro caminho para retomar a partida", explicou Cintra, que classificou a atuação de Flávio como minuciosa e correta.
O dirigente reconheceu que o caso gerou reação imediata do Vasco - o clube chamou a arbitragem de "desastrosa" e pediu o afastamento do juiz -, mas afirmou que a comissão técnica do árbitro agiu de forma preventiva e dentro dos protocolos. "Todas as tentativas que o árbitro teve, ele cumpriu em detalhes. Infelizmente, o jogador não avançou no retorno à partida", resumiu.
Sobre o exame divulgado pelo Vasco, que apontou contusão por trauma na bacia e hematomas musculares profundos, Cintra se esquivou. "Não sou médico, nem o árbitro é médico. Quem tinha que avaliar isso era o médico que estava ao lado do jogador. E ele poderia ter atendido", disse, insinuando que a opção por permanecer fora do jogo pode ter sido estratégica ou tática.
A comissão reforçou que outros episódios semelhantes, caso ocorram, serão tratados com o mesmo rigor. "Não é algo contra esse ou aquele jogador. Se houver desafio e desrespeito ao jogo, o árbitro deverá coibir de todas as formas", declarou Cintra, citando que a postura da arbitragem será firme para proteger a fluidez da partida.
Por fim, Cintra reforçou o compromisso com as regras e com o alinhamento internacional. "Não é a CBF, não é o árbitro, é a Fifa. E nós estamos aqui para fazer cumprir. O árbitro nunca será o herói, mas ele tem que fazer o jogo acontecer. Se ele não cumprir, quem será punido será ele", concluiu.