A Federação Inglesa (FA) formalizou nesta terça-feira uma acusação contra o ex-árbitro David Coote por comentários ofensivos dirigidos a Jürgen Klopp em um vídeo privado que circulou nas redes sociais. As imagens, gravadas por volta de julho de 2020, mostram Coote usando termos insultuosos e fazendo referência à nacionalidade do então técnico do Liverpool, o que caracteriza uma violação agravada das regras da entidade.
No vídeo, Coote aparece em uma conversa informal, possivelmente em casa, opinando sobre Klopp e o Liverpool. Ele chama o treinador de "arrogante" e afirma que o alemão o acusou de mentir após uma partida disputada durante o período de jogos sem público. Em tom ofensivo, o ex-árbitro também se refere ao clube com palavrões, o que levou à sua suspensão e posterior demissão em dezembro de 2024 pela entidade que administra a arbitragem profissional inglesa (PGMOL).
A FA entende que Coote "agiu de forma imprópria e/ou utilizou palavras abusivas e/ou insultuosas", com agravante por xenofobia. O caso ganhou repercussão após a divulgação dos vídeos em novembro, e o clima nos bastidores foi de desconforto imediato. A PGMOL classificou a permanência do árbitro no quadro como "insustentável".
Coote também foi investigado por outra denúncia, publicada pelo jornal The Sun, segundo a qual teria sugerido a um torcedor que aplicaria um cartão amarelo a um jogador. O árbitro negou, chamando a acusação de "falsa e difamatória", e a FA confirmou que não apresentou denúncia por falta de provas.
Outro vídeo envolvendo Coote, também revelado pelo The Sun, mostra o ex-árbitro supostamente consumindo cocaína durante a Euro-2024. A Uefa abriu investigação paralela, mas esse caso ainda está em análise. A acusação da FA, por ora, se restringe aos insultos a Klopp.
Em entrevista recente, Coote afirmou que sua sexualidade reprimida contribuiu para comportamentos autodestrutivos, como o uso de drogas. Apesar da tentativa de explicar sua conduta, a trajetória do ex-árbitro terminou em polêmica, com repercussões que ainda podem gerar sanções futuras.