Futebol
15h50 06 Maio 2025
Atualizada em 06/05/2025 às 15h50

CBF defende legitimidade de processo que manteve Ednaldo e questiona perícia de assinatura

Por Leonardo Catto e Rodrigo Sampaio Fonte: Estadão Conteúdo

A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) se manifestou nesta terça-feira sobre a informação de que seria falsa uma das assinaturas no acordo no Supremo Tribunal Federal (STF) que manteve Ednaldo Rodrigues na presidência. A entidade defendeu a legitimidade do processo e informou que não teve acesso à perícia e que análise está sendo utilizada de maneira "midiática e precipitada".

"A CBF enfatiza que todos os atos relacionados ao acordo mencionado foram conduzidos dentro da legalidade e com a participação de representantes devidamente legitimados. O processo foi legítimo e tem acordo homologado, estando pendente de um pedido de vista", disse a entidade.

No mesmo comunicado, a confederação se colocou à disposição da Justiça para a análise do caso. "A CBF confia plenamente na Justiça brasileira e permanece à disposição das autoridades competentes para esclarecer quaisquer dúvidas que eventualmente surjam. A entidade segue focada em sua missão de promover o futebol brasileiro com seriedade, profissionalismo e respeito às instituições e com absoluta tranquilidade de que todos os princípios de boa gestão e de probidade são diuturnamente respeitados."

Uma perícia adicionada ao processo que manteve Ednaldo na presidência da CBF indica que a assinatura do ex-presidente Antônio Carlos Nunes de Lima, mais conhecido como Coronel Nunes, seria falsa. A análise foi realizada pela perita Jacqueline Tirotti, a pedido de Marcos Dias (Podemos), vereador no Rio de Janeiro.

"A convicção que se pode depreender de todas as características observadas e considerando todas as limitações intrínsecas ao presente exame é de não identificação do punho periciado de Antônio Carlos Nunes de Lima", diz a conclusão da perícia.

Procurada pelo Estadão, a Jacqueline Tirotti informou que a análise foi realizada por meio de uma perícia grafodocumentoscópica, exame em que é verificado suporte, impressão e características de continuidade (grampeamentos, rubricas, marcas, dobras, escritas latentes, entre outras que devem estar presentes em todas as folhas), além de variações naturais do punho.

"Me chamou mais atenção é que só há assinaturas na última folha, são fixadas por um grampo e não apresentam rubricas nas folhas, o que traz uma enorme fragilidade ao documento, que pode ter suas folhas trocadas a qualquer momento. Apesar de constar as discrepâncias quanto às assinaturas, mesmo que fossem consideradas autênticas, o próprio documento é frágil não podendo ser considerado autêntico", disse a perita.

A perícia anexada ao processo cita também um laudo apresentado pelo Dr. Jorge Pagura, chefe do departamento médico da CBF, em que o profissional indica que Nunes, de 86 anos, sofre de déficit cognitivo, especialmente após passar por uma intervenção cirurgia considerada agressiva em 2023.

Nesta terça-feira, a deputada federal Daniela do Waguinho (União Brasil-RJ) protocolou uma petição ao relator do processo no STF, Gilmar Mendes, solicitando o afastamento imediato de Ednaldo Rodrigues da presidência da CBF além da revisão do acordo celebrado no início do ano. No momento, a homologação do processo está pendente de vista do ministro Flávio Dino.

Confira abaixo o comunicado completo da CBF:

"A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) reitera seu compromisso com a transparência, a legalidade e a boa-fé em todas as suas ações e decisões institucionais.

Diante das recentes notícias veiculadas na imprensa sobre suposto vício de vontade em assinatura constante do acordo homologado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que reconheceu a legitimidade da eleição do presidente Ednaldo Rodrigues, a CBF esclarece que ainda não teve acesso formal ao referido laudo pericial, supostamente asssinado por perito particular, que está sendo utilizado de forma midiática e precipitada, em verdadeira espetacularização que atende a interesses nada republicanos e aparentemente questionado por terceiros absolutamente estranhos ao processo.

A CBF enfatiza que todos os atos relacionados ao acordo mencionado foram conduzidos dentro da legalidade e com a participação de representantes devidamente legitimados. O processo foi legítimo e teve acordo homologado.

É absolutamente inverdade que esse processo tenha sido reaberto a pedido de uma parlamentar.

A CBF confia plenamente na Justiça brasileira e permanece à disposição das autoridades competentes para esclarecer quaisquer dúvidas que eventualmente surjam. A entidade segue focada em sua missão de promover o futebol brasileiro com seriedade, profissionalismo e respeito às instituições e com absoluta tranquilidade de que todos os princípios de boa gestão e de probidade são diuturnamente respeitados."

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