O julgamento que busca explicar as causas da morte de Diego Maradona teve mais um desdobramento nesta semana. Em depoimento de sete horas no Tribunal de San Isidro, localizado nos arredores de Buenos Aires, Giannina Maradona, uma das filhas do craque, fez severas críticas à equipe médica que cuidou de seu pai. Ela classificou ainda a internação domiciliar indicada ao astro como "encenação".
Gianinna disse que a saúde do craque estava se deteriorando seriamente um mês antes de sua morte e que essa observação foi feita diversas vezes ao neurocirurgião Leopoldo Luque, um dos réus. "Foi uma encenação, uma peça de teatro que eles montaram", afirmou.
A filha o culpou por recomendar "confinamento" domiciliar, durante o qual Diego Maradona morreu em 25 de novembro de 2020, dias após passar por uma cirurgia na cabeça.
"Eu disse ao Luque que meu pai parecia muito perdido, que não estava feliz e que não conseguia andar. Ele me disse que houve altos e baixos em seus dias", contou a filha de "El Diez", fruto de seu relacionamento com Claudia Villafañe.
Luque estava então atuando como médico principal de Maradona, que morreu de parada cardíaca aos 60 anos. O jogador se recuperava, em uma casa alugada perto de Buenos Aires, de uma cirurgia na cabeça, feita em uma clínica particular duas semanas antes.
Segundo a acusação, Luque, a psiquiatra Agustina Cosachov, o psicólogo Carlos Díaz e outros quatro profissionais de saúde não prestaram assistência médica adequada durante sua hospitalização, o que supostamente levou à sua morte. Os réus podem pegar até 25 anos de prisão.