A Justiça espanhola condenou nesta segunda-feira quatro pessoas a prisão pela exibição de um "boneco enforcado" com o nome de Vinícius Júnior, pendurado numa ponte em Madri, em 2023. Eles foram condenados por crime de ódio e ameaças contra o atacante brasileiro do Real Madrid.
Na pena mais severa, a Audiencia Provincial de Madrid condenou um dos responsáveis pelo boneco a 15 meses de prisão por crime de ódio e mais sete meses por ameaças, por ter divulgado fotos e imagens do boneco na internet, o que ampliou o impacto e a divulgação do episódio, na avaliação da Justiça. O condenado, cujo nome não foi revelado, foi enquadrado no artigo 510 do Código Penal espanhol.
Os outros três réus no caso foram condenados a sete meses de prisão por crime de ódio e mais sete por ameaças. Eles também receberam multas, que variam de 720 euros a 1.084 euros (equivalente a R$ 4,6 mil a R$ 7 mil, pelo câmbio atual). As punições incluem ainda uma ordem de restrição, para proteger o jogador brasileiro.
O episódio de ódio aconteceu no dia 26 de janeiro de 2023, horas antes do clássico entre Real Madrid e Atlético de Madrid. Junto do boneco, havia a mensagem "Madri odeia o Real", sugerindo que o boneco teria sido responsabilidade de torcedores do Atlético de Madrid.
De acordo com o jornal espanhol Marca, os quatro condenados escreveram uma carta de desculpas ao jogador brasileiro, ao Real Madrid, à LaLiga (que organiza o Campeonato Espanhol) e à Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF).
Em comunicado, a LaLiga celebrou a decisão como uma mensagem contra o racismo. "Essa decisão marca um forte passo à frente na luta contra o ódio e a discriminação no esporte. A LaLiga reafirma seu compromisso inabalável de erradicar qualquer forma de racismo, violência ou intolerância dentro e fora dos estádios de futebol."