Esporte
16h50 01 Maio 2025
Atualizada em 01/05/2025 às 16h50

Rio e Niterói oficializam candidatura ao Pan de 2031 com promessa de legado e eficiência

Rio e Niterói oficializaram nesta quinta-feira a candidatura conjunta para sediar os Jogos Pan-Americanos e Parapan-Americanos de 2031. A Panam Sports aceitou o dossiê apresentado pelas duas cidades, o que as coloca oficialmente na disputa com Assunção, capital do Paraguai, pela organização do evento continental. A definição da cidade-sede será feita em agosto deste ano.

A proposta fluminense prevê um orçamento de R$ 667,5 milhões, com foco no aproveitamento da estrutura já existente nos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de 2016. Entre os locais incluídos no projeto estão o Parque Aquático Maria Lenk, o Parque Olímpico da Barra e outras arenas já consolidadas. A Vila Pan-Americana, por sua vez, seria construída na região do Porto Maravilha, como parte de um novo pacote de reurbanização da área central.

Durante coletiva de imprensa nesta quinta, o secretário municipal de Esportes do Rio, Guilherme Schleder, destacou que a experiência olímpica é uma base sólida para garantir responsabilidade fiscal e resultados duradouros. "Os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de 2016 nos deram a fórmula para organizar um grande evento: nenhum desperdício de recurso público, muita parceria com a iniciativa privada, instalações esportivas eficientes e o maior número possível de legados. Nosso projeto segue à risca essa receita", afirmou.

O prefeito do Rio, Eduardo Paes, também participou da apresentação e reforçou o compromisso das cidades com um evento que vá além dos interesses locais. "Queremos aprender com todas as nações das Américas, ouvir sugestões e compartilhar conhecimentos. Dessa maneira, organizaremos Jogos grandiosos não só para os cariocas e para o povo brasileiro, mas também para todo o continente", disse.

Um dos elementos mais simbólicos da candidatura é a união entre Rio e Niterói, que resgata a fusão institucional dos antigos estados da Guanabara e do Rio de Janeiro, ocorrida há 50 anos. "Niterói tem uma pintura atrás que é a cidade do Rio de Janeiro. E vemos as belezas de Niterói também. Niterói e Rio têm essa baía que nos liga, duas cidades muito bonitas, com paisagens incríveis, equipamentos icônicos", destacou Paes, mencionando, entre outros exemplos, o Museu de Arte Contemporânea (MAC), que oferece uma vista única do Rio ao fundo.

A proposta logística do projeto prevê que nenhuma arena fique a mais de 40 minutos da vila dos atletas, com exceção das partidas de futebol, que devem ocorrer em outras cidades do estado. Além disso, a candidatura inclui a promessa de tirar do papel um antigo sonho de mobilidade: a Linha 3 do metrô, que ligaria Rio e Niterói por meio de um túnel submarino.

Do ponto de vista da gestão pública, os líderes das duas cidades afirmam que eventos dessa magnitude funcionam como motores de transformação urbana. "Essas competições esportivas são inspiradoras para sonhos que, eventualmente, em tempos normais, não realizaríamos", apontou Eduardo Paes. "Será que teríamos feito a implosão da Perimetral, os túneis, o Boulevard Olímpico, os BRTs, sem a provocação olímpica? É difícil. Mas o legado está aí."

A candidatura será avaliada por 41 Comitês Olímpicos Nacionais que compõem o colégio eleitoral da Panam Sports, somando 53 votos. Países que já sediaram os Jogos Pan-Americanos têm direito a dois votos, o que amplia a disputa com Assunção, que busca levar o evento pela primeira vez ao Paraguai.

Caso seja escolhida, essa será a segunda vez que o Rio de Janeiro recebe os Jogos Pan-Americanos - a primeira foi em 2007. Desta vez, com Niterói como parceira e um novo foco em infraestrutura sustentável e legado urbano, a expectativa é de repetir o protagonismo internacional com responsabilidade e visão de futuro.

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