A manhã do sábado (2) de Carnaval em BH começou com o tom que a festa tem desde o ressurgimento da folia de rua na capital, em 2009: politizado.
Alguns minutos após o início do cortejo do “Então, Brilha”, uma multidão entoou, em coro, um grito de protesto contra o presidente Jair Bolsonaro. “Ei, Bolsonaro, vai tomar no c*!” foram as palavras de parte do público, estimado em 400 mil pessoas.
Críticas à Reforma da Previdência também foram destaque em meio ao cortejo. Faixas demonstravam a insatisfação de parte do público em relação ao aumento na idade mínima para aposentadoria.
Amanda Dias/BHAZ
O Carnaval de Belo Horizonte renasceu, há 10 anos, durante um ato político contra o então prefeito Márcio Lacerda. Na ocasião, o chefe do executivo assinou um decreto proibindo o uso de praças da capital para manifestações culturais.
A Praça da Estação passou a ser ocupada, como forma de protesto, por artistas, intelectuais, estudantes, que se vestiam apenas com roupa de banho. Assim nasceu a Praia da Estação, mãe de grande parte dos blocos que surgiriam no ano seguinte. O decreto foi revogado.