Conforme destacou o médico-legista Ricardo Moreira Araújo, do setor de Antropologia Forense do Instituto Médico Legal Dr. André Roquette (IMLar), que também atua destacado na força-tarefa para localização das joias de Brumadinho, apesar da identificação formal ter sido concluída nesta quarta, um complexo trabalho multidisciplinar tem sido empenhado pela Polícia Civil. “Diariamente, desde o encontro do material para análise, médicos-legistas e peritos criminais atuaram sistematicamente no caso para, enfim, dar uma resposta à família, que foi a primeira a ser comunicada sobre a identificação”, disse.
Ainda segundo Araújo, os procedimentos para a identificação envolveram três fases principais: a perícia no local do encontro do segmento; as análises no IML, para estimativa da idade, sexo e ancestralidade da vítima; e, por fim, os exames de DNA, conduzidos pela equipe do Instituto de Criminalística da PCMG (IC). “Importante salientar que dadas as condições de localização desse material, é necessário, como foi o caso, realizar inúmeras repetições do exame de DNA e contraprovas para termos um laudo conclusivo, que subsidia também o inquérito policial”, reforçou o médico-legista.
Novas identificações
Sobre a descoberta de novo segmento corporal em Brumadinho, no último sábado (2/10), que já se encontra no IMLar, Araújo adiantou que se trata de material rico em elementos para análise e todos os métodos para identificação estão sendo empregados. “Construímos um banco de informações dos desaparecidos, a partir de entrevistas com familiares, exames em clínicas e outras bases de dados, o qual atualizamos constantemente, que nos permite restringir o universo de desaparecidos e tornar mais eficiente as novas identificações, com segurança”, informou.
Os trabalhos para identificação de desaparecidos com base em outros casos localizados continuam, e os trabalhos são supervisionados pela Superintendência de Polícia Técnico-Científica (SPTC) da PCMG.
Histórico
A tragédia causada pelo rompimento da Mina Córrego do Feijão, em Brumadinho, aconteceu em 25 de janeiro de 2019, e tirou a vida de 272 pessoas – duas estavam grávidas. Oito joias - como os familiares se referem aos entes perdidos - ainda não foram localizadas.
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