Belo Horizonte/MG
13h19 08 Maio 2020
Atualizada em 25/03/2021 às 06h23

Pesquisadores da UFMG detectam o novo coronavírus em via pública

Por Tatiana Lagôa - O Tempo

Pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) detectaram a presença de  Covid-19 em vários locais de uso coletivo em Belo Horizonte/MG. Foram encontrados genomas do vírus em bancos e mesas de praças, passeios e corrimões de terminais de ônibus na região Centro-Sul.

De acordo com O Tempo, o estudo serviu como base para a prefeitura realizar a desinfecção das ruas e acendeu um alerta: o novo coronavírus está a espreita aguardando para fazer novas vítimas.

"Nossa pesquisa buscou a detecção do genoma do vírus. Obviamente, a simples detecção disso, não signifca que o vírus ele está infecioso naquela superfície, mas ela mostra que existe um risco potencial para isso", explica o professor do departamento de Microbiologia da UFMG e coordenador do Laboratório de Vírus, onde nasceu a proposta, Jônatas Abrahão.

Nos últimos dias, uma equipe com 21 pesquisadores da universidade partiu para a busca de pontos contaminados. Com uso de swab, uma espécie de cotonete que é passado nas superfícies analisadas, eles detectaram a presença do novo coronavírus em 17 amostras. 

Onde foram encontrados?

O trabalho foi feito nas áreas onde já havia a notificação de casos confirmados. Foram encontrados vestígios do vírus na área hospitalar, em um passeio na porta de um hospital.

Além disso, a Covid-19 estava presente em corrimões das linhas do Move (sistema de Transporte Rápido por Ônibus). Também estavam contaminadas três praças analisadas. 

Na praça Duque de Caxias, no bairro Santa Teresa, o vírus foi encontrado em uma mesa. Na Savassi, em dois bancos da praça Diogo de Vasconcelos.  

Importância de lavar as mãos

A presença do genoma da Covid-19 nas superfícies é um forte indício de que as pessoas possam ser contaminadas em contato com esses locais. Isso poderia acontecer, por exemplo, se alguém encostasse nessas áreas contaminadas e, em seguida, levasse as mãos ao rosto antes de higienizá-las.

“Esse estudo mostra que muito provavelmente as pessoas infectadas estão dispersando o coronavírus no ambiente. E as outras pessoas que são expostas a esse material correm, sim, um risco de serem infectadas”, reforça Abrahão.

Com o resultado da pesquisa em mãos, a prefeitura de Belo Horizonte partiu para desinfecção dessas áreas contaminadas apontadas no estudo na última quarta-feira (6).

Desde o dia 23 de março, a prefeitura já vinha desinfetando pontos considerados estratégicos na prevenção da propagação da Covid-19 em todas as regiões da cidade.

O foco tem sido áreas próximas a hospitais, Unidades de Pronto-Atendimento (UPAs), Centros de Saúde, rodoviária e outros pontos de grande movimentação. 

Limpeza da SLU

Com o estudo da UFMG, a prefeitura pôde direcionar parte do esforço para locais comprovadamente contaminados. A limpeza é feita por garis da Superintendência de Limpeza Urbana (SLU) e conta com caminhões-pipa, desinfetantes, cloro e sabão em pó.

Depois da limpeza feita nos pontos onde os pesquisadores encontraram o vírus, a equipe de pesquisa retornou aos locais e confirmou que o esforço gerou resultado. Ou seja, não encontraram mais vírus. 

Em nota, a prefeitura explicou que a desinfecção das áreas públicas ocorre diariamente, sendo atendidas pelo menos quatro regionais por dia. Até o momento, já foram realizadas 1.483 ações de desinfecção com a utilização de 2.471 litros de hipoclorito e 3 milhões de litros de água.

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