A Alemanha vai financiar a produção de mísseis de longo alcance e de um "número considerável" de satélites da Starlink, de Elon Musk, para a Ucrânia, afirmou nesta quarta-feira (28) o chanceler alemão, Friedrich Merz. Segundo ele, os dois países também avaliam uma produção conjunta de mísseis Taurus. As declarações foram dadas durante uma coletiva de imprensa após encontro com o presidente ucraniano, Volodimir Zelenskyi, em Berlim.
Merz reiterou que Berlim não imporá restrições ao uso dos mísseis por Kiev e classificou como "massivos" os ataques russos contra a Ucrânia. Diante disso, o chanceler prometeu que a Alemanha continuará "aumentando a pressão" sobre Moscou.
Zelenski, por sua vez, criticou a falta de avanços por parte da Rússia, afirmando que, apesar das promessas, o país vizinho ainda não entregou um "memorando à Ucrânia". "Esperávamos isso antes da troca de prisioneiros, depois disseram que a agenda ou o memorando viriam imediatamente após a troca. Mas depois da troca, não recebemos nada. Ninguém recebeu. Perguntamos aos EUA. Eles também esperavam. Todos esperavam. Mas talvez não devamos mais esperar. É preciso tomar medidas mais sérias", declarou.
Zelenski disse ainda querer ter uma conversa "franca" com seus parceiros sobre a participação da Ucrânia na cúpula da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). "Se a Ucrânia não estiver presente na cúpula da Otan, isso será uma vitória de Putin, mas não sobre a Ucrânia, e sim sobre a Otan", afirmou.
Em resposta às declarações de Merz, o porta-voz do governo russo, Dmitry Peskov, acusou a Alemanha de "competir com a França pela liderança na escalada da provocação da guerra" e disse que "todas essas ações, naturalmente, dificultam os esforços de paz".
Em entrevista a um repórter local, Peskov afirmou esperar que, "apesar dessas ações provocativas e de todos os obstáculos, ainda seja possível dar continuidade ao processo de resolução, realizar uma segunda rodada de negociações, trocar memorandos e projetos de memorando, como foi acordado".