O Banco Central da Rússia cortou sua taxa básica de juros em 100 pontos-base, a 20% ao ano, após concluir reunião de política monetária nesta sexta-feira (6). A decisão representa a primeira redução desde setembro de 2022 e retira a taxa do seu nível mais alto em duas décadas.
Em comunicado, o BC russo destacou que continuará a manter as condições monetárias apertadas pelo tempo que for necessário, mesmo que por um longo período, até que a inflação retorne para a meta de 4%. A previsão do banco central é de que isso aconteça em 2026. "As próximas decisões dependerão da rapidez da sustentabilidade do declínio da inflação e das expectativas inflacionárias", afirmou.
Como justificativa para o corte, o BC notou que houve continuidade no declínio das pressões inflacionárias e que a economia da Rússia está retornando "gradualmente para um caminho de crescimento equilibrado", apesar da persistência de demanda acima da capacidade de oferta.
O BC da Rússia disse que também considerará parâmetros da política fiscal, que podem exigir ajustes na parte monetária. "Sua normalização em 2025 terá um efeito desinflacionário", previu. Em declarações recentes, o presidente russo, Vladimir Putin, afirmou que pretende promover diversas mudanças na política econômica e sinalizou que um corte na taxa de juros poderia estar a caminho.
Desde o começo de seu ciclo de aperto monetário em 2021, as taxas de juros do BC da Rússia flutuaram para se ajustar à pressão inflacionária da guerra na Ucrânia, tendo permanecido em 20% pela última vez entre março e abril de 2022. Na época, o banco central iniciou a flexibilização das taxas, com o último corte a 7,5% em setembro de 2022, mas acabou retomando o aperto da política monetária em agosto de 2023. Em outubro de 2024, o BC elevou o juros a 21%, seu maior nível em duas décadas, e o manteve por quatro decisões consecutivas.
A próxima decisão de juros do BC da Rússia está marcada para 25 de julho e será acompanhada por projeções econômicas.