As bolsas da Europa reverteram os ganhos observados pela manhã e encerraram majoritariamente em queda nesta quinta-feira, 29. A notícia de que o Tribunal de Comércio Internacional dos EUA anulou as ordens tarifárias "recíprocas" do presidente norte-americano, Donald Trump, ajudou a embalar a abertura, mas o entusiasmo foi diluído ao longo do pregão, já que investidores passaram a avaliar os impactos jurídicos e econômicos da decisão.
Em Londres, o FTSE 100 recuou 0,11%, aos 8.716,45 pontos. O DAX, de Frankfurt, caiu 0,44%, aos 23.933,23 pontos. Em Paris, o CAC 40 fechou em baixa de 0,11%, aos 7.779,72 pontos, na mínima do dia. Já o FTSE MIB, de Milão, teve queda de 0,36%, aos 39.982,97 pontos. Em Lisboa, o PSI 20 avançou 0,20%, aos 7.375,80 pontos, enquanto o Ibex 35, de Madri, também subiu 0,29%, aos 14.140,90 pontos. Os dados são preliminares.
No destaque corporativo, ações ligadas à inteligência artificial foram impulsionadas pelo resultado da Nvidia - como foi o caso da francesa Atos, que subiu 2,3%. Já a Auto Trader, plataforma britânica de venda de carros online, despencou 11% após divulgar uma receita anual abaixo das expectativas dos analistas.
Os índices europeus chegaram a operar em alta no início da sessão, após a decisão do tribunal americano de barrar tarifas fixas, recíprocas e relacionadas ao fentanil, impostas pela gestão Trump. Embora o governo já tenha recorrido, a decisão final pode acabar nas mãos da Suprema Corte. Analistas e investidores passaram a discutir quais alternativas a administração Trump poderia adotar para manter sua política tarifária, mesmo após o revés judicial.
Para a Capital Economics, essa reviravolta jurídica amplia a incerteza em torno da guerra comercial, dificultando os esforços do governo para fechar acordos durante a trégua de 90 dias com parceiros estratégicos. Já o ING avalia que a suspensão não impede - e pode até acelerar - a imposição de tarifas setoriais.
No cenário político, o partido anti-imigração Chega, de Portugal, conquistou o segundo maior número de assentos no parlamento, o que o coloca como principal força de oposição ao novo governo.