A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Mao Ning, afirmou que a União Europeia (UE) precisa "reequilibrar a sua própria mentalidade, não as relações comerciais e econômicas com a China". "Esperarmos que a UE estabeleça verdadeiramente um entendimento mais objetivo, racional e pragmático em políticas sobre a China", acrescentou Mao, em coletiva de imprensa nesta quarta-feira.
A porta-voz chinesa notou que as relações bilaterais sino-europeias são resultado de anos de construção macroeconômica, industrial e comercial dos dois lados e, portanto, não podem ser responsabilidade de apenas um país. "Temos que respeitar as leis da economia de mercado, e não forçar a compra e venda. A China está disposta a expandir importações de produtos de alta qualidade da Europa e espera o relaxamento de restrições aos produtos de alta tecnologia chineses", disse Mao.
O Ministério das Relações Exteriores da China também acusou o mercado europeu de estar "longe da abertura e justiça que clama, com muitas barreiras escondidas". Mao citou como exemplo os entraves para que empresas estrangeiras vençam licitações e viés parcial em políticas de subsídios - que costumam ser forte alvo de críticas europeias sobre empresas da China.
Neste caso, a porta-voz reiterou que os subsídios chineses seguem políticas da Organização Mundial do Comércio (OMC) e são "transparentes", minimizando preocupações sobre produção excessiva de determinados bens. "Para medir a capacidade excessiva de produção, não podemos simplesmente usar volumes de produção e exportação como padrão, ou não teriam a fabricante de aeronaves Airbus e as montadoras de carros da Alemanha todas capacidade excessiva?", questionou.
Mao Ning ressaltou que diferenças e atritos nas trocas comerciais com a União Europeia são inevitáveis por seu grande volume, mas que espera resolvê-las por meio do diálogo e com cooperação para garantir a abertura dos mercados dos dois lados como "parceiros confiáveis".
Os comentários responderam uma pergunta que mencionava discurso recente da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, que acusou a China de distorcer o comércio e restringir o acesso de empresas europeias, alegando que o país precisava de um "verdadeiro reequilíbrio", durante sessão plenária no Parlamento Europeu ontem.