O fogo que consome há 10 dias o Parque Nacional da Serra da Canastra, nos municípios de São Roque de Minas e Sacramento, entre as regiões do Alto Paranaíba e Centro-Oeste do estado tem origem criminosa. A informação faz parte das primeiras constatações de funcionários da reserva ambiental onde está a nascente do Rio São Francisco, um dos mais importantes do país. As chamas já devastaram uma área superior a 18 mil hectares, segundo estimativa do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e o combate ao fogo segue em três linhas, com mais de cerca de 70 homens envolvidos, entre voluntários, brigadistas e militares do Corpo de Bombeiros. A área do parque abrange seis municípios. Inicialmente, as chamas atingiram pontos em Sacramento e, agora, o fogo está concentrado em São Roque de Minas, onde fica o escritório do ICMBio. No entanto, a área no entorno da nascente, localizada a nove quilômetros da sede, não apresenta registro de incêndios. Segundo funcionários do parque, o local das chamas fica a aproximadamente 70 quilômetros do escritório. Ontem, uma equipe da reserva ambiental visitou algumas das áreas em chamas e constatou que, como não houve evento recente de chuva que possa ter gerado fogo espontâneo por meio de descargas elétricas, tudo leva a crer que o incêndio tenha sido provocado por ação humana.
Na Serra da Canastra, os focos começaram em dois pontos, um na parte alta do parque e outro próximo à cachoeira Casca D’Anta. No fim de semana, as chamas se expandiram em direção ao Rio Santo Antônio. O tempo seco e os ventos fortes dificultam o combate. Segundo o ICMBio, já são três linhas de fogo consumindo a vegetação. As chamas estão concentradas na região do Rio Santo Antônio, na Zagaia e no Chapadão da Babilônia. Atuam na operação 44 brigadistas do instituto, 14 bombeiros e 10 voluntários. O helicóptero da Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG) e oito veículos ajudam no transporte das tropas. Dois aviões air tractor são esperados para reforço. As ações também acontecem fora do Parque Nacional. Brigadistas do ICMBio e militares do Corpo de Bombeiros atuam em locais onde a linha de fogo se aproxima de casas. A intenção é evitar que as chamas atinjam os imóveis.
Os incêndios estão em alta neste ano. Somente nos seis primeiros meses de 2016, o aumento do atendimento de queimadas em vegetações em Minas Gerais pelo Corpo de Bombeiros foi de 82% em relação ao mesmo período do ano passado. Segundo dados do Corpo de Bombeiros, de janeiro a junho deste ano foram registradas 4.328 queimadas em vegetação em Minas Gerais. O número é bem superior aos 2.377 chamados atendidos no mesmo período do ano passado. Nos 12 meses de 2015 ocorreram 9.809 incêndios em matas com atuação dos militares.
Fonte: Estado de Minas