Em sua primeira carta aos ministros do G20 como presidente do Conselho de Estabilidade Financeira (FSB, na sigla em inglês), Andrew Bailey enfatizou a importância da coordenação internacional na regulamentação financeira em meio às tensões geopolíticas e destacou suas prioridades para o conselho, de acordo com nota publicada nesta segunda-feira.
"Em abril, fomos lembrados das maneiras pelas quais as vulnerabilidades no setor não bancário podem gerar volatilidade. Desde então, apesar da incerteza elevada, as condições de mercado melhoraram e os preços dos ativos se recuperaram", escreveu, ao ressaltar que novos riscos econômicos e geopolíticos "se cristalizarem e as vulnerabilidades da dívida global permanecem elevadas".
Para Bailey, que também é o presidente do Banco da Inglaterra (BoE, em inglês), a incerteza continua pesando sobre as expectativas de crescimento e é preciso permanecer vigilante quanto ao risco de movimentos disruptivos do mercado. Ele acredita que é necessário aprimorar as capacidades de vigilância e é preciso ter "ferramentas robustas" para detectar vulnerabilidades em todo o sistema financeiro, "permitindo-nos lidar com potenciais problemas antes que eles se concretizem".
De acordo com a carta, os choques dos últimos anos, e mesmo dos últimos meses, enfatizaram a importância da estabilidade financeira e da implementação de padrões globalmente acordados, como Basileia III. "A necessidade de cooperação global é tão clara hoje quanto era há 15 anos: não apenas para prevenir crises, mas porque um sistema resiliente permite a alocação eficiente de capital, permitindo que o G20 se concentre no crescimento sustentável", acrescenta.