Desenhar o balanço de riscos para os preços foi um tema que tomou bastante atenção no encontro da cúpula do Banco Central, segundo a ata divulgada nesta terça-feira, 13, pelo Comitê de Política Monetária (Copom) da instituição. O colegiado elevou a taxa básica de juros de 14,25% para 14,75% ao ano na quarta-feira da semana passada, avaliando que o quadro passou a ficar mais equilibrado.
"Com relação ao balanço de riscos, todos julgaram que os riscos delineados pelo Comitê anteriormente se mostraram relevantes ao longo do período e seguem relevantes na conjuntura atual", descreveu a diretoria do BC.
Além disso, segundo o documento, foi avaliado que o cenário de maior incerteza aumentou os riscos tanto de alta quanto de baixa para o cenário de inflação, com um debate se o balanço entre eles ainda se mantinha "levemente assimétrico, mas menos assimétrico do que na reunião anterior", ou se já se podia defini-lo como "neutro".
O Comitê avaliou que, entre os riscos de alta para o cenário inflacionário e as expectativas de inflação, destacam-se uma desancoragem das expectativas de inflação por período mais prolongado; uma maior resiliência na inflação de serviços do que a projetada em função de um hiato do produto mais positivo; e uma conjunção de políticas econômicas externa e interna que tenham impacto inflacionário maior que o esperado, por exemplo, por meio de uma taxa de câmbio persistentemente mais depreciada.
Já entre os riscos de baixa estão uma eventual desaceleração da atividade econômica doméstica mais acentuada do que a projetada, tendo impactos sobre o cenário de inflação; uma desaceleração global mais pronunciada decorrente do choque de comércio e de um cenário de maior incerteza; e uma redução nos preços das commodities com efeitos desinflacionários.