Os contratos futuros de petróleo voltaram a fechar em queda nesta quinta-feira, 22, estendendo as perdas das últimas duas sessões, após rumores de que membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) consideram outro grande aumento de produção. Embora ainda não haja um acordo final, um acréscimo de 411 mil barris por dia em julho estaria entre as opções em discussão.
Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o contrato de petróleo WTI para julho caiu 0,60% (US$ 0,37), fechando a US$ 61,20 o barril. O Brent para julho, negociado na Intercontinental Exchange (ICE), recuou 0,72% (US$ 0,47), para US$ 64,44 o barril.
A possibilidade de um novo aumento da produção pela Opep+ surge em um momento em que o mercado já demonstra desconforto com excesso de oferta de petróleo, especialmente após um crescimento inesperado dos estoques de petróleo bruto nos Estados Unidos, divulgado na quarta-feira pelo Departamento de Energia (DoE, na sigla em inglês).
Somando-se ao sentimento negativo, houve uma liquidação mais ampla nos mercados financeiros, impulsionada por preocupações com o crescente déficit dos EUA. Nesta quinta-feira, a Câmara dos Representantes aprovou o projeto tributário e de gastos apoiado pelo presidente norte-americano, Donald Trump, que tende a aumentar o déficit fiscal do país.
Enquanto isso, os investidores aguardam a quinta rodada de negociações nucleares entre os EUA e o Irã, que será realizada na sexta-feira, em Roma. As conversas poderão concluir um novo acordo para impedir o desenvolvimento do programa nuclear iraniano em troca da suspensão das sanções econômicas ao país, com impactos para a oferta de petróleo no Oriente Médio.
Na quarta-feira, os futuros de petróleo chegaram a avançar mais de 1% após uma reportagem sugerir que Israel estaria se preparando para atacar as instalações nucleares do Irã.
"Rumores de que Israel poderia atacar as instalações nucleares do Irã indicam que o conflito na região pode se intensificar. No entanto, há motivos para acreditar que os impactos sobre o mercado de petróleo - e, consequentemente, sobre as economias do Golfo - seriam limitados", afirma Jason Tuvey, analista de mercados emergentes da Capital Economics.
*Com informações da Dow Jones Newswires