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15h30 28 Maio 2025
Atualizada em 28/05/2025 às 15h30

Trump diz que vai perdoar casal de reality show condenado por fraude e sonegação

O presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou na terça-feira, 27, que planeja conceder o perdão presidencial às estrelas de TV Todd e Julie Chrisley, famosos pelo programa "Chrisley Knows Best", um reality show que acompanhava sua família e seu estilo de vida extravagante - que, segundo os promotores, foi impulsionado por fraudes bancárias e ocultação de rendimentos das autoridades fiscais.

Os Chrisley foram condenados em 2022 por conspiração para fraudar bancos na região de Atlanta, obtendo mais de US$ 30 milhões em empréstimos por meio da apresentação de documentos falsos. Eles também foram considerados culpados de sonegação fiscal, ao esconder rendimentos enquanto exibiam um estilo de vida luxuoso, que incluía carros caros, roupas de grife, imóveis e viagens.

Segundo os promotores, o casal se esquivou da responsabilidade de pagamento quando Todd Chrisley declarou falência, deixando mais de US$ 20 milhões em empréstimos não quitados. Julie Chrisley foi condenada a sete anos de prisão federal, e Todd Chrisley a 12 anos. O casal também foi condenado a pagar US$ 17,8 milhões em restituição.

"Seus pais vão ser libertados e inocentados, e espero que possamos fazer isso até amanhã", disse Trump em uma ligação com a filha do casal, Savannah Chrisley, conforme um vídeo postado online por um assessor da Casa Branca. Em uma publicação nas redes sociais, o assessor declarou: "Trump Knows Best!" ("Trump Sabe Mais!"), em referência ao nome do programa de televisão.

"Eles foram tratados com bastante severidade, pelo que estou ouvindo", acrescentou o presidente alguns momentos depois, referindo-se ao casal.

Um funcionário da Casa Branca, que falou sob condição de anonimato para discutir decisões que ainda não haviam sido tornadas públicas, disse que os perdões seriam concedidos em breve.

Histórico de perdões a amigos e aliados

A decisão dá continuidade a um padrão de Trump de conceder perdões a amigos, apoiadores, doadores e ex-funcionários de destaque. Na segunda-feira, Trump perdoou Scott Jenkins, ex-xerife da Virgínia, condenado a 10 anos de prisão após ser considerado culpado por fraude e suborno. O presidente publicou online que Jenkins e sua família "foram arrastados pelo INFERNO por um Departamento de Justiça corrupto e armado de Biden".

Trump também se moveu para perdoar Paul Walczak, um executivo do setor de saúde da Flórida, preso por acusações fiscais. A mãe de Walczak ajudou a expor o conteúdo de um diário mantido por Ashley Biden, filha do ex-presidente Joe Biden. E, em abril, ele perdoou Michele Fiore, republicana de Nevada, que aguardava sentença por acusações federais de ter usado dinheiro destinado a uma estátua em homenagem a um policial morto para despesas pessoais, incluindo cirurgia plástica.

O advogado dos Chrisley, Alex Little, disse que o perdão "corrige uma profunda injustiça e devolve dois pais dedicados à sua família e comunidade".

"O presidente Trump reconheceu o que defendemos desde o início: Todd e Julie foram alvo por causa de seus valores conservadores e de sua grande visibilidade. A acusação foi contaminada por múltiplas violações constitucionais e viés político", afirmou Little em comunicado.

A declaração de Little acrescentou: "O caso de Todd e Julie é exatamente o motivo pelo qual o poder de perdão existe. Graças ao presidente Trump, a família Chrisley agora pode começar a curar-se e reconstruir suas vidas".

Filha fala em "promotores desonestos"

Antes de se tornarem estrelas de reality show, os Chrisley e um ex-sócio comercial apresentaram documentos falsos a bancos na região de Atlanta para obter empréstimos fraudulentos, disseram os promotores durante o julgamento. Eles acusaram o casal de gastar de forma extravagante, usando novos empréstimos fraudulentos para pagar dívidas antigas.

Um painel de três juízes do 11º Tribunal de Apelações dos EUA confirmou no verão passado as condenações dos Chrisley, mas encontrou um erro jurídico na forma como o juiz de primeira instância calculou a sentença de Julie Chrisley, responsabilizando-a por todo o esquema de fraude bancária. O tribunal enviou o caso de volta para o tribunal inferior para novo julgamento da pena.

Savannah Chrisley falou na Convenção Nacional Republicana de 2024, onde comentou sobre o encarceramento de seus pais. Ela disse, na ocasião, que eles foram "perseguidos por promotores desonestos" - ecoando a retórica de Trump sobre o sistema de justiça criminal, enquanto ele próprio enfrenta investigações e processos.

Ela afirmou que Trump foi alvo por causa de sua política e que seus pais, da mesma forma, foram perseguidos por causa de suas crenças conservadoras e visibilidade.

"Eu nunca vou esquecer o que os promotores disseram no condado mais democrata do Estado, diante de um juiz nomeado por Obama. Ele nos chamou de 'os Trumps do Sul'", disse Savannah Chrisley em seu discurso na convenção, acrescentando: "Ele quis dizer como um insulto, mas, deixe-me dizer, eu uso isso como um distintivo de honra".

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