Política
08h20 29 Julho 2025
Atualizada em 29/07/2025 às 08h20

Mauro Cid deve apresentar nesta terça-feira alegações finais ao STF

Por Juliano Galisi Fonte: Estadão Conteúdo

A defesa do tenente-coronel Mauro Cid deve apresentar nesta terça-feira, 29, suas alegações finais na ação penal do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. Cid é réu do "núcleo crucial" da trama golpista. O ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) assinou um acordo de colaboração com a Justiça e, por essa razão, será o primeiro a apresentar suas alegações finais. O militar é representado pelo criminalista Cezar Bitencourt.

Após a manifestação da Procuradoria-Geral da República (PGR) em 14 de julho, Moraes deu um prazo de 15 dias para que a defesa do tenente-coronel se manifestasse. Após a apresentação das alegações finais de Cid, o mesmo prazo será aberto para as defesas dos outros sete réus do "núcleo crucial" da tentativa de golpe, entre os quais Jair Bolsonaro.

Após a apresentação das alegações finais de todas as partes, o processo está pronto para ir a julgamento, embora não haja prazo específico para essa remessa, que cabe ao relator da ação penal, Alexandre de Moraes.

Segundo a acusação, Mauro Cid intermediou contatos e ações entre os núcleos da organização criminosa. Em suas alegações finais, a PGR afirmou que, embora a colaboração do militar tenha sido útil à investigação, a Polícia Federal elucidou de forma "espontânea" boa parte dos fatos narrados na denúncia.

Além disso, Cid descumpriu os termos de seu acordo com a Justiça, omitindo fatos e informando terceiros sobre as diligências. A Procuradoria defendeu que, ao invés do perdão judicial pleiteado pela defesa do militar, o "prêmio" de Cid seja a redução em 1/3 da pena dosada pelos magistrados.

"Ao lado dos benefícios trazidos à instrução processual, o comportamento do colaborador igualmente ensejou prejuízos relevantes ao interesse público e à higidez da jurisdição penal, exigindo criteriosa ponderação quanto à concessão das benesses previstas em lei", defendeu o parecer assinado pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet.

Com a incidência do "prêmio" pelo acordo de colaboração, a PGR pede a condenação de Cid por organização criminosa armada, abolição do Estado de Direito, golpe de Estado, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.

A denúncia da PGR sobre a tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022 foi fatiada em núcleos. Dos 31 réus no STF pela tentativa de ruptura institucional, oito integram o "núcleo crucial". Segundo a PGR, "deles partiram as principais decisões" da trama golpista. Os réus do núcleo detinham posições de comando na época dos fatos investigados.

Além de Bolsonaro e Mauro Cid, são réus do "núcleo crucial" Walter Braga Netto (ex-ministro da Defesa e Casa Civil), Augusto Heleno (ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional), Alexandre Ramagem (ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência), Anderson Torres (ex-ministro da Justiça), Almir Garnier (ex-comandante da Marinha) e Paulo Sérgio Nogueira (ex-ministro da Defesa).

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