O dirigente do Banco Central Europeu (BCE) e presidente do BC da Irlanda, Gabriel Makhlouf, afirmou ainda não ter detalhes suficientes para analisar o acordo comercial entre a União Europeia (UE) e os Estados Unidos. A princípio, o dirigente pondera que as tarifas de 15% pesarão sobre o crescimento econômico, mas serão mitigadas pela redução da incerteza e ausência de uma guerra comercial.
"Contudo, tendo em vista a imprevisibilidade pela qual o governo dos EUA foi marcado nos últimos seis meses e a importância dos detalhes, vou me abster de comentar por enquanto", escreveu, em artigo publicado nesta terça-feira, 29, em seu blog.
Makhlouf observou que ainda há muitas incertezas sobre a economia e seus futuros desdobramentos de maneira geral, que podem ter implicações sobre a inflação e exigir respostas monetárias. Do lado fiscal, por exemplo, o aumento em gastos com defesa da Europa e da emissão de Treasuries pelos EUA podem ter impactos globais.
Ecoando comentários de outros dirigentes, Makhlouf apontou que a inflação estabilizou na meta e o crescimento da zona do euro está praticamente em linha com as expectativas.
O dirigente vê a política monetária bem posicionada para esperar e analisar os dados até identificar a necessidade de mudança na política monetária. O BCE não está comprometido com uma trajetória específica para os juros e segue determinado em garantir a estabilidade da inflação em 2% no médio prazo, reiterou Makhlouf.